A Rota da Estrada D. Maria tem no concelho de Rio Maior Alto da Serra e Asseiceira, lugares do Ribatejo, ao contrário dos outros, que ficam todas na Estremadura. Nesta vizinhança, não se encontra, à primeira vista, muita diferença entre paisagem e pessoas. Cada terra tem a sua identidade e para se ficar a conhecer melhor o Ribatejo, visitou-se, no dia 30 de setembro o Museu Municipal de Azambuja. O incansável guia, Nuno José explicou o acervo e satisfez a maior surpresa que foi saber do cultivo de arroz! E Olívia disse que a sua mãe contava na Asseiceira que também se cultivava arroz. Via-se a coleção de alfaias agrícolas, trajes, fotos e artefactos de antigas profissões e o grupo não se descurava. Lucília disse: ‘falta aqui o tira pé ao sapateiro e à costureira a tesoura!…’ e no final Olivia guiou-nos pela Lezíria. Admirámos outras paisagens e sítios que no museu tínhamos escutado e que ela já conhecia: a Vala Real de Azambuja, o Palácio da Rainha e águas por todo o lado. Os bairros dos migrantes, a vida árdua dos pescadores de Vieira, vivendo recolhidos nos seus barcos, longe das outras pessoas e os Gaibéus das Beiras, homens e mulheres muito pobres, estas mais do que eles, ganhando menos dinheiro, criando filhos e gerando novas vidas. Alguém lembrava os livros de Alves Redol. Terminou esta visita por Manique do Intendente, cujo passado histórico o guia do museu nos elucidara com suas ligações à Estrada D. Maria I. Ainda nessa estrada, se fez, a 4 de outubro uma homenagem ao pintor José Estrela pelo seu florido mural, pintado na Azenha da família Agreiro, uma das 4 de Asseiceira, onde um doce burro, preso à argola, contemplou entre balões festivos os discursos ao artista. Lucília dedicou-lhe um poema, que todos recebemos de prenda, na lauta merenda junto da Fonte, perto da Ribeira das Abuxanas, que do outro lado da Estrada, fazia, outrora, moer os grãos de cereais e que é agora, a mais ‘bem’ decorada Azenha de Asseiceira, terra de águas, lembrando ser Ribatejana.