Rui Maia de Sousa, de 62 anos, está desde 1986 na Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade, no pólo de fruticultura do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), em Alcobaça. Coordenador deste pólo desde 2008, fala a’O ALCOA sobre esse caminho no INIAV, sobre a investigação e os problemas na área da fruticultura, bem como acerca da atividade do pólo, que está numa fase de crescimento e de investimento.
Quando entrou para o INIAV e desde quando é coordenador do pólo de Alcobaça?
Entrei como estagiário em dezembro de 1986. Em 1988 comecei a ser tarefeiro, na área dos frutos secos, o que fez com que entrasse para o quadro. A trabalhar em Alcobaça na fruticultura estou desde dezembro de 1986, em termos de quadro desde 1988. Já lá vão 39 anos, é uma vida inteira.
Que balanço faz desse percurso?
Um percurso com muito trabalho. Sou coordenador desde 2008, e estou como subdiretor desde 2003, aliás o INIAV nunca teve diretor desde que o professor Natividade morreu. Estive responsável pela direção da casa e com algumas dificuldades. No fim da década de 90 alguns colegas saíram. Uns para a Estação Agronómica e outros para a Direção-Regional, porque estavam convencidos de que isto ia fechar, mas eu sempre disse que enquanto tivesse saúde tudo faria para não o permitir. Para que isso não acontecesse estabelecemos protocolos com empresas de âmbito nacional e internacional e todos os anos fazíamos (e fazemos) dias de campo com eles, e trazemos os produtores e isso não foi fácil.
Até 2013 foi um caminho penoso porque estive sozinho enquanto técnico. Éramos quatro pessoas, três administrativos e um técnico. Em 2013- 2014, e depois da entrada do atual presidente do INIAV, inicialmente como vogal, começou a encarar a fruticultura de forma diferente e crescemos. Entraram três investigadores para o nosso quadro, a seguir mais dois técnicos superiores. Atualmente temos contratados seis técnicos superiores, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e temos concurso aberto para mais dois técnicos superiores e dois investigadores. As coisas tomaram um rumo diferente e dificilmente nos próximos anos esta casa cairá. Antes pelo contrário, terá um crescimento porque são pessoas novas que estão a entrar e temos novos projetos. Esperamos que as coisas corram bem para conseguirmos ter um modelo de pomar, campos de demonstração onde os agricultores possam vir «beber» o conhecimento para aplicar nos seus pomares.
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