S.O.S. Património. Igreja de São Gião

A Igreja de São Gião, localizada na Quinta de São Gião, freguesia de Famalicão, concelho da Nazaré, é monumento de Interesse Nacional desde 1986.
O edifício insere-se numa exploração agrícola, adossado a outro edifício mais recente, a cerca de 600 metros do mar, numa língua de terra arável, entre o areal e uma encosta rochosa, a poente do Casal Mota, no sopé da Serra da Pescaria.
O acesso ao imóvel é feito por um caminho em terra batida, partindo da zona da Ponte da Barca até à Igreja de São Gião, ao longo de cerca de 2 quilómetros. Ao lado da Igreja, para poente, fica um conjunto de casas rurais, que integram a chamada Quinta de São Gião. Desde a sua descoberta, nos anos 60, que a pequena igreja da orla costeira da Nazaré tem sido catalogada como visigótica. Mas, entretanto, os trabalhos mais recentes de escavação e, principalmente, de arqueologia da arquitetura, trouxeram novos dados para a caracterização do monumento, que invariavelmente contrariam a atribuição tradicional. Assim, não se podendo precisar a data da sua construção exata, esta situar-se-á entre os séculos VII e X, sendo contudo mais consensual a sua construção no séc. X, durante o domínio árabe.

Igreja de São Gião (2)

 

O edifício, com características singulares e um património quase único na Península Ibérica, tem-se mantido, ao longo dos anos, num estado de degradação extrema, aguardando por uma intervenção de fundo, que evitasse a ruína. Intervenção anunciada tantas vezes, mas que se crê que seja desta que se venha a concretizar.
Segundo informação da Câmara Municipal da Nazaré, a Igreja de São Gião “entrou num processo de obras de restauro e consolidação e deverá reabrir dentro de meses, equipado com um Centro de Interpretação e uma loja de apoio ao visitante”. Em comunicado, Walter Chicharro, presidente da câmara da Nazaré, adiantou que já foram “executados cerca de 25% da obra de restauro e consolidação estrutural do monumento”.

igreja de são gião

 

Nesse mesmo comunicado, o executivo refere uma visita ao local, a 8 de agosto, pelos responsáveis autárquicos e serviços, bem como pelos coordenadores da obra, “para fazer o ponto de situação desta intervenção, tendo a empresa apresentado os números de realização e os passos já dados para a concretização do procedimento, nomeadamente na aplicação dos materiais, que, devido à antiguidade do monumento e ao estado de conservação encontrado, têm de ser os mais ajustados”.
Com um investimento total de 244.954,12 euros, a operação visa possibilitar a visita ao monumento, com elevado interesse científico e académico e potencialmente turístico, num modelo semelhante ao que já acontece no Forte São Miguel Arcanjo, na Nazaré.
Boa notícia para este património da nossa região que, noutros lugares, continua a clamar por socorro.

 

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