Seitas e Movimentos Religiosos

Que as seitas são altamente prejudiciais à sociedade, todos reconhecem. Muitas pessoas, sobretudo entre os jovens, têm sido captadas por redes sectárias. Pensam, ingenuamente, que aderir a uma seita é tão inocente como aderir a um clube desportivo ou a um partido político. Não é assim. Do clube ou do partido poderão sair quando quiserem, já das seitas não é fácil, dado que ficam, com frequência, completamente “apanhados”. O especialista espanhol Atilano Alaiz, sacerdote claretiano, afirma, no seu livro “A Sedução das Seitas”, que o fenómeno sectário é um fenómeno social. O autor dedica-se mais às seitas religiosas e sublinha que muitos milhares de católicos passam todos os dias para seitas. Estas valem-se, muitas vezes, da liberdade individual e religiosa dos países democráticos para operarem os maiores atropelos à vida em sociedade. Apenas um exemplo: quantas pessoas poderiam ser salvas, e no entanto morrem, devido à norma sectária das Testemunhas de Jeová que proíbe transfusões de sangue?!
Como resposta ao desafio das seitas, tem
aparecido na Igreja Católica movimentos
e grupos religiosos que correspondem às aspirações do homem atual e são o melhor antídoto para a proliferação deste surto. Convém, porém, não confundir as igrejas ortodoxas, anglicanas e protestantes com seitas. É que a Igreja é um corpo religioso; a seita é um grupo restrito, de base voluntária e não sociológica. A Igreja é universal, aberta a todos; a seita é só dos “puros” e dos “eleitos”, despreza os que a ela não pertencem. A Igreja promove a evangelização e o diálogo; a seita promove o proselitismo. Atilano Aliaz chama a atenção para a preocupação do Vaticano e dos documentos por ele emitidos, denunciando o perigo das seitas. Além disso, adverte os movimentos e grupos cristãos, mesmo os mais puros, para terem o maior cuidado a fim de se não transformarem em seitas. Ora, quando vemos na Igreja Católica celebrações à porta fechada, só para alguns “puros” e “eleitos”, isso é o quê? Um movimento eclesial ou uma seita? Não há dúvida que o sacerdote Atilano Aliaz tem razão em advertir para este fenómeno, que verificamos estar a acontecer com alguma frequência entre nós.

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