Simplesmente, Maria José da Benedita!

João Maurício
Professor de História aposentado

Os historiadores Jorge Custódio e Luís Mata publicaram, em 2010, o Roteiro Republicano que diz respeito ao distrito de Santarém.
Estamos perante um estudo sobre o republicanismo no atual Ribatejo. A obra tem um capítulo de biografias das figuras da 1ª República daquela área geográfica. É o caso do tipógrafo José Avelino de Sousa (1877-1933). Participou nas áreas do associativismo e da cultura local, tendo pertencido aos corpos diretivos da Associação dos Bombeiros Voluntários de Santarém, do Orfeão Scalabitano que ajudou a fundar e foi figura cimeira da causa republicana, em Santarém. Pertenceu ao Partido Unionista e era senhor de grande capacidade oratória. Foi um liberal de esquerda e dirigiu o jornal “Portas do Sol”. Preso durante o governo de Sidónio Pais.
Grande declamador da poesia de Guerra Junqueiro. Autor da opereta “O Sonho de Luísa”, José Avelino de Sousa casou, em 1901, com Clara dos Santos Meirinho. Clara era filha de Joaquim dos Santos Meirinho (Alcobaça) e de Maria José, natural da freguesia da Benedita, no século XIX. Terá nascido sensivelmente na mesma altura da minha avó Isabel que era natural da Ribafria.
Para compreendermos esta temática dos nomes simples e curtos, temos de ler a obra “Benedita – século XVII – Registo Paroquial” de João Leitão Vinagre, onde o autor caminha pelo mundo da onomástica, cujos dados constam nos documentos oficiais e nos registos de batismo. Nesses tempos recuados, qualquer pessoa podia ter vários nomes: o nome por que era chamada; outro, vindo do meio familiar e, finalmente, pela alcunha, realidade muito comum nas terras beneditenses, como, aliás, em muitas outras regiões do país. Neste caso, era, simplesmente, Maria José.

João Maurício
Professor de História aposentado

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