A esta periferia ocidental da Europa vai aparecendo tudo o que acontece no centro mais civilizado, tanto no campo social como no político. Mais recentemente, são os tumultos semelhantes aos que observámos em França e, por último, na Inglaterra. Tudo serve de rastilho para estes atos de selvajaria. E tudo acontece em países democráticos. Não admira, assim, que os movimentos radicais e populistas vão conquistando adeptos, evidentemente entre pessoas menos informadas. O certo é que por cá passa tudo o que fermenta no centro (e norte) da Europa, desde os avanços de natureza social, as descobertas tecnológicas, a democracia em si mesma. Mas passa também o extremismo radical e a violência. Violência a que temos assistido nas nossas principais cidades, sendo um tema bem atual, infelizmente. É evidente, por isso, que a sociedade procura defender-se, utilizando os meios que entende mais eficazes. E aqui há dois conceitos que se degladiam entre si: os que pretendem opor-se à violência com a violência e aqueles que defendem uma via de diálogo e de pedagogia, recorrendo à violência apenas como último recurso. Duas conceções, duas correntes sociopolíticas. A primeira é preconizada pelos populistas de extrema direita e a segunda pelos pacifistas. Temos ambas entre nós. É só escolher. Escrevo este comentário numa altura em que não ocorreram ainda as eleições nos Estados Unidos e, portanto ignoro quem venceu. Mas… se foi Donald Trump mal vai o futuro da humanidade, com duas terríveis guerras e com o país mais poderoso do mundo a ser dirigido por alguém que é admirado por Putin e outros da mesma laia. Paradoxalmente, até um deputado da nossa praça, e que até é líder parlamentar de um importante partido, declarou há dias que se porventura fosse americano hesitaria no voto entre Kamala e Trump. Ao que chegámos…