Um elemento de arte sacra do Mosteiro de Alcobaça do séc. XV

Após a Batalha de Aljubarrota, D. João I entregou ao Mosteiro de Alcobaça vários espojos da contenda com os Castelhanos, isto devido ao auxílio militar e político do abade Frei João de Dornelas, como também pelo apoio fervoroso deste abade ao partido do Mestre de Avis. Com essas ofertas, Dornelas mandou construir vários objetos para preservar a sua memória e ação no Mosteiro. Entre elas, uma custódia.
Esta custódia, que era inicialmente uma copa, estima-se que tenha sido alterada no século XVII. Com 92,5 cm de altura e uma base de 30,8 cm, foi construída em prata/ prata dourada e contém esmaltes, granadas, vidros incolores e vestígios de policromia. Desde 1883 que esta peça pertence ao Museu de Arte Antiga de Lisboa. Nos dias que correm, é possível encontrá-la exposta. Mas como é possível associá-la ao abade de Alcobaça?
Existem dois elementos essenciais que permitem confirmar a época e as suas personagens. Primeiramente, na base da custódia consta uma legenda que refere quem a mandou fazer: D. João de Dornelas, abade do Convento do Mosteiro de Alcobaça; bem como a data da sua encomenda: 1450 Era Hispânica ou 1412 da Era de Cristo. Em segundo, os três escudos de armas que surgem na base da custódia. Os escudos suportados por anjos coroados são as armas da família Dornelas. São representadas por três flores-de-lis em rubi sobre esmalte. D. João de Dornelas encomendou a peça, assim como também a doou ao Mosteiro.
Por fim, caro leitor, em tempo de confinamento sugiro a seguinte pesquisa: quantas peças de arte sacra/bens imóveis que pertenceram ao Mosteiro de Alcobaça estão espalhadas pelo país?

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