Um pouco de História recente

Afonso Luís
Bancário aposentado

Com a capitulação da Alemanha nazi e o termo da segunda guerra mundial, as tropas do leste, sob o comando da Rússia, só pararam na própria Alemanha e proclamaram para os exércitos do ocidente: “Vocês daqui não passam” E assim se começou a formar duas alemanhas, a Oriental e a Ocidental. Era a Cortina de Ferro, no dizer de Wiston Churchil. Para deter o avanço das forças comunistas, os países ocidentais, sob a batuta dos Estados Unidos, criaram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN ou NATO). No seu artigo 5º, esta Organização determina que um ataque a qualquer dos países da Aliança é considerado um ataque a todos, pelo todos responderão a qualquer desses ataques. E assim começou um longo período sem conflitos armados, conhecido por Guerra Fria.
Em 1989, porém, cai o Muro de Berlim, que os comunistas construíram para isolar completamente os dois mundos, o comunista e o chamado mundo livre. Um acontecimento extraordinário, que se deve a Mikhail Gorbatchov. Um parênteses para referir que em 1983 estive um semana na Alemanha de Leste, na cidade de Leipzig, numa missão comercial, e pude verificar in loco a desgraça do regime comunista. Com a implosão do comunismo soviético, várias e poderosas máfias começaram a despontar na Rússia e a adquirir um certo poder. Nesta altura, um antigo e melífluo oficial do KGB, chamado Vladimir Putin, começou a agarrrar sub-repticiamente as rédeas do poder político. E desde logo se revelou um ambicioso ditador, sonhando com uma Rússia imperial. Até que, há três anos, resolveu invadir a vizinha Ucrânia, pretendendo integrá-la de novo no seu império. É neste contexto que o pouco esclarecido povo americano elege Donald Trump para um novo mandato. Ora, segundo uma boa investigação da jornalista Clara Ferreira Alves, a companhia Trump Entertainment declarou a banca rota em 2008, e todos os bancos americanos lhe fecharam a porta. Trump teve de vender uma propriedade que tinha em Palm Springs e que lhe custara 41 milhões de dólares. Valeu-lhe um oligarca Russo, amigo íntimo de Putin, chamado Dimitri Ryboloviev, que comprou a propriedade por 95 milhões. Assim pôde Trump embolsar uma mais valia de 54 milhões. O curioso é que este Dimitri Ryboloviev fez parte da delegação russa que esteve nas conversações na Arábia Saudita sobre a Ucrânia. Compreende-se, agora, que Trump apresente um ar submisso perante Putin, ao contrário do que é habitual (um ar soberbo e altaneiro). Os Estados Unidos vão-se retirando das principais e humanitárias organizações, como o Tratado de Paris, sobre o clima, e outras patrocinadas pelas Nações Unidas. O presidente americano já começou a desprezar a Europa (aliado de longa data) e a própria NATO, tudo atitudes do agrado de Moscovo e do amigo Putin. Com estes dois homens, a Ucrânia nada deverá assinar.
Com um ambicioso desmedido a leste e um louco varrido a ocidente, que pode o mundo esperar?

Afonso Luís
Bancário aposentado

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