Iniciou ontem, dia 7 de maio, um novo Conclave na História da Igreja. Rumores dizem que os cardeais têm os olhos postos num próximo Papa que mantenha, como Francisco, uma especial atenção aos pequeninos. Às periferias. Tem-se falado de favoritos ao lugar. Mas a verdade é que no final saímos sempre impressionados. Na verdade, é Deus quem prepara sempre o caminho para nós.
Tendo eu um grande amor pelo nosso país, pela nossa terra, dou hoje graças pelo dom dos cardeais portugueses à santa Igreja. Cada um deles com talentos e uma história que os diferenciam. D. Manuel Clemente traz sempre consigo um conceito que pode traduzir a sua missão como bispo: sinodalidade. Valorizando a vocação e os carismas de cada um, construímos a Igreja na atualidade. D. Américo Aguiar terá sempre associada a si a Jornada Mundial da Juventude e todo o empenho entregue por esta causa. Esses dias que fizeram de Lisboa a cidade de todos, todos, todos foram um claro apelo a não deixar ninguém para trás. Quanto a D. António Marto, a expressão que nos salta logo à vista é óbvia: Fátima. O altar do mundo, como tem vindo a ser conhecida. Nesse lugar, Maria propôs um olhar sobre as vítimas e os destroços provocados pelas guerras no mundo. Um olhar urgente nos dias de hoje. Para D. José Tolentino de Mendonça destacaria a dimensão cultural. Um escritor e poeta, que se dedicou a criar pontes entre homens e mulheres da Cultura e o próprio Jesus Cristo. Porque a arte eleva o mundo e porque procura em tudo representar a verdade, torna-se um espaço de encontro certo com Deus. Assim se entende que em todos eles podemos encontrar sinais de atenção aos que estão mais afastados do centro.
Como cristãos, membros da mesma Igreja, somos convidados a participar também neste Conclave. A marcarmos presença com a nossa oração, para que os cardeais, na sua escolha, sejam iluminados pelo Espírito Santo. Português ou de outra nação. Das periferias ou da velha Europa. Se tudo resultar no cumprimento da vontade de Deus, tudo será para um bem maior. Que sejamos todos “peregrinos de esperança”, nesta época de transição.