S.O.S. Património. Casa do Monge Lagareiro

A Casa do Monge Lagareiro, também denominada “Lagar dos Frades”, localizada na Ataíja de Cima, junto à Estrada Nacional 1, foi edificada em finais do século XVIII e integrava-se numa quinta de produção de azeite, pertencente aos monges de Alcobaça, onde foi construído um lagar.

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Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1997, o edifício era composto por diferentes compartimentos, que albergavam oito varas, a casa dos moinhos e tulhas e ainda os estábulos. Nas imediações do lagar, foi construída uma casa de planta retangular, com dois pisos, na qual, no andar térreo, se armazenavam tulhas de azeite e, no andar superior, seria o lugar de habitação do monge lagareiro, que supervisionava a quinta e a produção.
Atualmente, o imóvel encontra-se num estado de degradação extrema. Segundo O ALCOA conseguiu apurar, houve pelo menos duas tentativas de preservação desta valiosa herança dos monges de Cister.

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Uma delas, em 1994, na sequência do concurso “Artes de Construção Civil Tradicionais”, de caráter nacional, em que participou a turma do 9º ano de Arte e Design da Escola D. Pedro I, sob coordenação dos professores Henrique Aranda e Margarita Benito. O projeto premiado previa a reabilitação da Casa do Monge Lagareiro para turismo de habitação e este conceito de alojamento turístico levou o projeto ao primeiro lugar do concurso. Apesar de ter sido um projeto bem-sucedido, o professor diz ter sido um trabalho que não teve o reconhecimento devido pelo município. Contudo, os proprietários do imóvel da altura ainda estiveram envolvidos no projeto com Henrique Aranda, tendo sido proposto pelo Turismo de Portugal um subsídio entre 80 e 90 mil contos, para a ajuda da sua concretização, mas os proprietários acabaram por recuar na decisão.

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Outra tentativa de intervenção na Casa do Monge Lagareiro foi objeto de um projeto dos arquitetos Vítor Mestre e Sofia Aleixo, no qual o imóvel seria alvo de reabilitação, fruto de trabalho voluntário, incluindo um museu dos Coutos de Cister.

 

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Vítor Mestre contou a’O ALCOA que o projeto está parado sem saber de quaisquer avanços e a razão desta situação. Contactado pel’O ALCOA, Paulo Inácio, presidente da câmara de Alcobaça, afirmou anteriormente a’O ALCOA tratar-se de “um projeto privado, ao qual a Câmara Municipal de Alcobaça é totalmente alheia”. Dada a importância do imóvel, colocámos mais algumas questões à autarquia, mas que até à data do fecho desta edição não obtiveram resposta.

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Tentámos também chegar à fala com os atuais proprietários, Luís Vigário e sua mulher, mas sem sucesso.
Este é mais um dos casos em que o património cisterciense da nossa região clama por socorro. Neste caso, já só resta cair uma fachada.

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