Luz e sombras

Ana Caldeira
Diretora do jornal O ALCOA

Obrigada a todos os obreiros e protagonistas da IX Gala d’O ALCOA.

Voltou a nossa gala, que assinala a data de 8 de abril de 1153 da carta de doação de D. Afonso Henriques a S. Bernardo e “aos seus sucessores pelo tempo adiante”. Mal sabia o rei como, nestas terras doadas à Igreja, seria a Igreja tratada. O anticlericalismo da 1.ª República demoliu a igreja paroquial de Alcobaça. O anticlericalismo da 3.ª República, exemplo recente, impede o acesso da Paróquia de Alcobaça fora do horário das visitas turísticas à sua igreja paroquial, que é o Mosteiro de Alcobaça após demolição da anterior, a não ser que seja feito pedido prévio para cada caso e seja autorizado pelo Estado. Houve D. Afonso Henriques e os monges de Cister que construíram o Mosteiro de Alcobaça e há agora quem queira fazer desse mosteiro um sepulcro caiado, com uma fachada finalmente limpa, mas com património sagrado, de que se apoderaram, a deteriorar-se em arrecadações e que «preservam» de restauros mesmo que lhos paguem. Lembram-se do hashtag nas redes sociais no incêndio da Catedral de Notre Dame: “a única igreja que brilha é uma igreja a arder”? Radicalismos… há muitos!

Mas, apesar dos «abades comendatários», de má memória, designados por Lisboa terem voltado (alguns colaborantes, outros primários anticlericais), a gente da terra continua a trabalhar e a distinguir-se. Este ano, face à indisponibilidade do Cineteatro de Alcobaça, “O jornal da comarca de Alcobaça e Nazaré”, como se lia no cabeçalho da 1.ª edição d’O ALCOA, foi bater à porta da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré. Uma instituição exemplar, até na prontidão e gratuidade com que nos recebeu no seu teatro Chaby Pinheiro. Obrigada aos obreiros, protagonistas e todos os presentes. Bem-hajam!

NOTA. Os mais sentidos pêsames pelo falecimento do jovem Xavier Rodrigues a seus pais, Hermínio Rodrigues, presidente da Câmara de Alcobaça, e Helena Rodrigues, professora da minha filha por quem tenho a maior admiração e estima. Nesta hora, das mais insuportáveis que um ser humano pode experimentar, que o Pai, que nos espera a cada um no Seu seio, os ampare na sua dor.

Ana Caldeira
Diretora do jornal O ALCOA

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