Os colégios jesuítas da Catalunha, com mais de 13 mil estudantes, estão a incrementar um novo modelo de ensino que eliminou disciplinas, testes e horários e transformou as salas de aula em espaços de trabalho, onde as crianças adquirem conhecimento através de projetos conjuntos. Recentemente a Finlândia, considerada um exemplo a nível da Educação, também adotou o ensino por temas, substituíndo as disciplinas. Em muitos estados dos EUA e noutros países, a caligrafia foi substituída pelo ensino de escrita em teclado.
E as nossas escolas? Como se atualizam e respondem às diferenças de cada aluno?
Isabel tem dez anos de idade e frequenta o 4º ano de escolaridade. Aos quatro anos já sabia ler e escrever. No 3º ano foi avaliada pela psicóloga do seu agrupamento escolar no sentido de passar do 3º para o 5º ano. “A psicóloga considerou que, apesar das suas enormes capacidades, é ainda muito infantil e a própria Isabel também não queria isso porque, assim, iria perder os seus amigos”, contam os pais de Isabel, preferindo não se identificar. “A minha professora dá-me trabalhos diferentes dos meus colegas”, conta Isabel, admitindo que fica nervosa quando tem testes porque gosta de fazer “tudo bem”.
Sobredotação versus PHDA
“No contexto atual, deparamo-nos com um número crescente de crianças ditas disléxicas ou com um quadro de Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) e que apresentam igualmente um quadro de dificuldades na leitura, na escrita e/ou no cálculo”, defende Ana Caldeira, psicóloga do Agrupamento de Escolas de Cister com 27 anos de serviço.