“O meu pai escrevia muito, artigos de fundo em quase todos os números, e era uma pessoa que tinha interesses culturais muito amplos: sobre educação, literatura, etc.”. O testemunho é de José de Sousa e Brito, o filho mais velho de João de Sousa e Brito, o primeiro diretor do jornal O ALCOA, fundado em 1945 pela mão do Padre Manuel Vitorino. À data da fundação, João de Sousa e Brito tinha 35 anos. Em 1948, o diretor juntou às suas funções, as tarefas de editor até 1962.
João Maria de Sousa e Brito nasceu a 24 de junho de 1910, em Lisboa. Ali frequentou o Colégio Militar, formando-se em Engenharia Agrónoma. Mais tarde, veio para Alcobaça, onde assumiu funções de direção na Escola Técnica de Alcobaça, tendo sido o seu primeiro diretor. Do seu casamento, nasceram quatro filhos, dois rapazes e duas raparigas, três dos quais em Alcobaça. Faleceu em 1962, tinha 52 anos, num acidente, na escola onde era diretor.

O filho mais velho, hoje com 80 anos, recorda-o como uma pessoa muito comunicativa, que passava as tardes no café restaurante Bau, em frente ao Mosteiro de Alcobaça. “Gostava muito de conversar com as pessoas da terra e era muito popular”, lembra José de Sousa e Brito.
“Um homem otimista, que gostava de conviver”: é assim que o recorda a sua filha Maria Madalena de Sousa e Brito, de 66 anos. “O meu pai era muito sociável e dedicava-se muito às pessoas”, disse a’O ALCOA. “Era um homem que escrevia e falava muito bem”. Qualidades que certamente explicam o convite para dirigir O ALCOA.
“Uma educação que não passava despercebida e uma forma de estar que o fazia ser acarinhado por todos”. Assim se lhe refere Mário Vazão, antigo diretor do jornal O ALCOA, de fevereiro de 1972 a março de 2011. O alcobacense lembra João de Sousa e Brito como um homem “muito educado, crente e amigo de toda a gente”. Um breve retrato do diretor que abraçou o início do “Jornal de todos nós”, há 75 anos.