Nós, portugueses, somos um povo curioso. De vez em quando somos os maiores do mundo. Mas, por norma, denegrimos no que é nosso. É por isso frequente o recurso à mentira para afirmar que, afinal de contas, somos os piores do mundo. Escrevia há dias Pedro Marques Lopes na revista Visão: “Hoje, temos em Portugal vários exemplos de mentiras divulgadas por forças populistas de extrema direita, que têm como objetivo criar um ambiente de desprezo pelo Estado de Direito e fazer implodir a democracia liberal.” Ouvimos dizer com frequência: “são todos uns corruptos.
”Ora, está provado que a corrupção nunca foi tão baixa no nosso país como é hoje. Também há quem diga: “a imigração em Portugal é uma desgraça.” Ora, está também provado que sem a imigração o país seria muito mais pobre. Continuam a dizer-nos: “ a segurança é um problema, entre nós.” Ora, o relatório de segurança interna de 2022 conclui que “desde 2006 os valores registados são consideravelmente inferiores, sendo Portugal o quarto país mais seguro da Europa e o sexto mais seguro do mundo.” São estas as mentiras das forças antidemocráticas, até porque dessas falsidades depende em muito a sua sobrevivência. Por tudo isto, conclui Pedro Marques Lopes: “Não, não temos um problema de segurança pública, somos mesmo um país particularmente seguro. Sim, a imigração é boa para Portugal. Não, a corrupção não está a destruir o país. Dizer o contrário é apenas mentir e entrar no jogo dos que querem destruir a democracia..” É aconselhável, pois, que tenhamos presente a realidade e não nos deixarmos enredar pelas mentiras que grupos extremistas propagam à boca cheia. Aproxima-se uma época de eleições e vale a pena considerarmos que temos à nossa escolha uma série de partidos políticos (a maior parte deles) que não pactuam com a mentira nem com o ódio.