Como vai ser?

Ana Caldeira
Diretora do jornal O ALCOA

Um autarca tem uma ação crucial de intervenção e de influência, sensibilizando e promovendo condições de desenvolvimento.

Os desafios são múltiplos e antigos. Há uma burocracia visceral que já aceitamos como natural. E não, não é, mas mantém-se. Agora com o Estado como «pai da nação», mantém-se a exigência de um requerimento, um carimbo, um despacho, que tardam e tolhem. Uma administração pública em câmara lenta quando muitas áreas evoluem à velocidade da luz. Uns amigos holandeses diziam-me que a Câmara de Amesterdão tem cerca de 2.000 funcionários e na Câmara de Lisboa (cito a autarquia) o total dos trabalhadores efetivamente em funções é de 9.428, incluindo 1.669 funcionários das escolas. Mesmo excluindo estes, ainda são 7.759. Será que não se atropelam, que todos realizam tarefas úteis? É muito bom haver emprego, mas produtivo. A educação também não é alheia à ação camarária, por exemplo, na formação extracurricular ou na atração de formação média e superior, mesmo que no país interpele a instabilidade. Ao longo dos anos que os meus filhos levam de escola, já houve tantas «reformas» e «contrareformas» nos critérios de avaliação, na duração das aulas, nos programas, até chegarmos a este ano em que os programas foram todos revogados e ficámos apenas com “competências essenciais”. É difícil não ver nesta decisão um nivelar por baixo, quando a educação é apontada da esquerda à direita como razão de atraso de Portugal face a países europeus que nos vão deixando para trás em vários indicadores. Outro domínio em que os problemas são ineludíveis também na região é a saúde e a rede de transportes muito deixa a desejar, com recurso por vezes obrigatório ao transporte próprio. Contrariar estes obstáculos é muito difícil. Os jovens vão estudar e não voltam. Muitos saem do país, em busca de “perspetivas de vida reais”, como afirma Romeu Rodriges, no “Onde está você?” desta edição. Mas não há outro caminho se não lutar e modernizar, comunicando bem os benefícios ambientais e de qualidade de vida nas áreas fora das grandes cidades. Que a consciência ecológica chegue depressa aí, também em Portugal.
Sucesso!

Ana Caldeira
Diretora do jornal O ALCOA

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