Debates, demagogia e etc.

Afonso Luís
Bancário aposentado

Dos debates a que assistimos, com vista às eleições do próximo dia 30, resultaram algumas conclusões interessantes e outras na linha do que é habitual. Começando por estas últimas, mais uma vez tivemos protestos, à direita e à esquerda. A direita insiste na tecla dos impostos elevados e na forte carga fiscal (e a carga fiscal é, muitas vezes, sinal de economia pujante); a esquerda reivindica benesses várias, a começar por melhores salários, no que tem razão, embora se esqueça de apelar a uma maior produtividade (e aqui entra também alguma ação por parte dos assalariados). Sempre recordo um dos muitos grafitis dos tempos do PREC, que rezava assim: “Cuidado com os trabalhadores que não trabalham”. O que acontece é que nem a direita explica onde iria financiar-se para fazer face às despesas públicas, saúde, educação, segurança, nem a esquerda nos diz onde tem o “saco sem fundo” para satisfazer as exigências que formula. E aqui aparece a demagogia. Curioso é assinalar que, à medida que nos afastamos do centro, para a direita ou para a esquerda, a demagogia é tanto maior quanto nos aproximamos dos extremos. Na direita aparece uma certa dose demagógica e, lá mesmo no extremo, a verborreia da demagogia é tanta, que CHEGA para nos encher os ouvidos de… nada. À esquerda, dois partidos que fizeram parte da geringonça voltaram a ser, apenas, partidos de protesto, e nada mais.

A virtude parece estar no meio, naquilo que alguns designam, depreciativamente, por centrão. É aqui que se revê setenta a oitenta por cento da população. E os debates demonstraram claramente que há, neste campo, duas figuras preparadas, com bagagem sólida para ocupar o lugar de primeiro-ministro: António Costa e Rui Rio. O resto é paisagem.

Afonso Luís
Bancário aposentado

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