Diana Nicolau. “A pressão das redes sociais veio desvirtuar muita coisa. Éramos felizes sem isso e não sabíamos”

Atualmente, Diana Nicolau acompanha os portugueses nos serões ao participar como
Rita na novela “Queridos Papás”, da TVI. A’O ALCOA, a conhecida atriz fala sobre o seu
regresso ao mundo televisivo, recorda o seu início de carreira e de como o apoio dos pais foi
fundamental. Também aborda os seus outros projetos, igualmente importantes.

Como se define?
É difícil, porque estou em constante mudança. Já não sou o que era há uns anos e certamente nos próximos anos irei mudar ais ainda. Mas a essência mantém-se e considero-me acima de tudo um espírito livre com muita sede de liberdade e muito curiosa pelo mundo que nos rodeia. Tenho pavor quando me definem apenas como uma coisa. A sociedade tem necessidade de nos rotular e de nos colocar nas caixinhas do “como deve ser”. Rejeito essa ideia do “dever ser”. Sou tantas coisas hoje. E amanhã serei outras tantas.

Como e quando descobriu a sua vocação (início de carreira)?
Em miúda nunca soube dizer exatamente o que queria ser quando crescesse, passei por várias fases. Quis ser cantora, cabeleireira, tratadora de golfinhos, hospedeira de bordo. Depois quando me comecei a envolver no jornal da escola, na rádio, no grupo de teatro, percebi que o que eu queria fazer era brincar constantemente ao faz de conta. Ser atriz era a única forma de poder ser várias coisas ao mesmo tempo. Quando fiz os testes psicotécnicos, na escola Frei Estêvão Martins, a psicóloga disse-me que os resultados eram muito vagos e que eu “dava para tudo e não dava para nada em específico”, e depois entregou-me um folheto da Escola de Teatro de Cascais e disse-me “Já pensaste em estudar teatro?”. Fez–se luz nesse dia de 2002. Gostava de lhe poder agradecer pessoalmente, mas não me lembro do nome da psicóloga. Se esta entrevista lhe chegar: OBRIGADA por me ter ajudado a descobrir a minha vocação!


Como é visto pela família o interesse pela representação?
Desde esse dia que me apoiaram em tudo. Permitiram-me sair de casa aos 16 anos para ir viver sozinha para Cascais, para poder seguir o meu sonho e estudar Teatro. Os meus pais foram muito corajosos, fizeram muitos sacrifícios e acreditaram em mim desde o primeiro momento, mesmo sabendo que talvez o teatro fosse só uma onda passageira como tantas coisas em que me metia e desistia passado uns meses. E foi para valer. Sou-lhes muito grata! Acho que já lhes provei que foi uma aposta segura e desde muito nova que consegui ser financeiramente independente. Mas se o teatro não tivesse resultado, tenho a certeza de que estariam lá para me receber de volta e apoiar em qualquer coisa que quisesse fazer. Quando decidi seguir esta área não tinha ninguém na minha família ligado às artes como referência, exemplo ou apoio. Tive de desbravar caminho sozinha, às apalpadelas. Mas mesmo os meus avós, que no início não entendiam a minha escolha, aceitaram e hoje acho que têm orgulho na neta. A minha família só me quer ver feliz.

Saiba mais na edição impressa e digital de 4 de maio de 2023.

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