Numa altura de dificuldades é provável que se encare esta Páscoa com uma intensidade sofrida, mas devemo-la sentir, não como algo negativo, mas com a fé e o júbilo de um novo renascer. Podemos olhar para o Papa Francisco que esteve quatro dias hospitalizado, com uma crise de bronquite e que assim que teve alta, apesar do seu estado de saúde, fez questão de anunciar que iria presidir às celebrações desta época, desde logo ao Domingo de Ramos. Na sua homilia, deste dia, deixou uma palavra para os abandonados”, não apenas no sentido físico da palavra, mas aqueles que são muitas vezes esquecidos pela sociedade em que vivemos. “Há hoje tantos Cristos abandonados”, lembrou Papa Francisco, falando de povos inteiros deixados à própria sorte, mas também, “muitos Cristos abandonados, invisíveis, escondidos, descartados de forma elegante” e exemplificou com “idosos deixados sozinhos, doentes não visitados, pessoas portadoras de deficiência ignoradas, jovens que sentem um grande vazio sem que ninguém escute verdadeiramente o seu grito de dor”. É com este sentimento, de não esquecer ninguém, que levamos aos nossos leitores as notícias da sua terra e que encaramos, edição após edição, o trabalho no “Jornal de Todos Nós”.
Neste número há que ler dois projetos escolares: “Outro Toque de Saída”, do Externato Cooperativo da Benedita, e o “EPADRC pod(e)cast”, da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Cister. Iniciativas de alunos para alunos, em dose dupla que vale a pena conhecer.
Uma edição onde se destaca também a entrevista a Nuno Rosa, o diretor pedagógico do Externato Cooperativo da Benedita. Entre os desafios que se colocam a um responsável de uma instituição de ensino, um dos maiores é fazer com que os pais “participem na escola e a sintam como deles”. Com as novas tecnologias a aproximar distâncias, parecemos estar cada vez mais distantes da participação real da escola dos nossos filhos, “abandonados” pelo que escolhemos fazer na gestão do nosso tempo.
Que esta época Pascal nos guie no caminho de não deixar ninguém para trás.