Escuteiros. Meio século ao serviço da comunidade

Ao completar 50 anos de existência, a 27 de julho deste ano, o Agrupamento 58 de Alcobaça celebrou o seu aniversário na Missa, pelas 16h30, no Mosteiro de Alcobaça, a 12 de outubro, seguida de convívio na sede do agrupamento. Foi então momento para as diversas gerações poderem recordar velhos tempos e memórias que ficarão para sempre marcadas nas suas vidas.

1º dia em que se apresentaram fardados_pb

A 27 de julho de 1969, a fotografia retrata o nascimento do Agrupamento 58 de Alcobaça

 

“Ser escuteiro é uma forma de vida, é uma opção que envolve valores, compromisso, espírito de sacrifício e de entrega ao outro sem esperar nada em troca e, como diz a nossa divisa: ‘sempre alerta para servir’”. As palavras são da atual chefe do agrupamento, Patrícia Gil que não esconde a sua alegria, expressando o desejo de que “esta data fique marcada na vida dos nossos escuteiros, mas também na vida daqueles que um dia fizeram parte da história do agrupamento”.

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Nos primeiros anos do agrupamento, o dirigente Francisco André e vários escuteiros

 

História que começou em 1969, pela mão do pároco de Alcobaça de então, P. Manuel do Couto, que marcou também presença na celebração. O sacerdote guarda no coração as “gentes de Alcobaça” e muito carinho pelo Agrupamento 58, de que foi fundador. Segundo o sacerdote, “o escutismo andava empata

 

do há muitos anos”, mas ele lançou mãos à obra. “Juntei uma data de jovens e fizemos um acampamento no Vimeiro: assim começou o escutismo em Alcobaça, que mais tarde desencadeou o início de outros agrupamentos da região”, contou o P. Manuel do Couto. Após a transição do sacerdote para a Paróquia de Cós, o agrupamento ficou suspenso.

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O então seminarista José Traquina, chefe de agrupamento, com caminheiros

 

José Augusto Traquina, atual Bispo de Santarém, com Francisco André e António Soares, em 1977, reavivaram o movimento e, em 1978, renasceu o Agrupamento 58 de Alcobaça. Dinâmico e apaixonado pelo movimento escutista, Francisco André esteve desde o início da história neste agrupamento e foi mesmo o membro com mais anos na casa. Já falecido, segundo a sua esposa, Fernanda André, “estava sempre pronto a servir sem esperar nada em troca”. Em 1984, quando se deslocava a Lisboa numa viatura pesada da Câmara Municipal de Alcobaça, a fim de transportar materiais para um acampamento, em Fanhais, dos escuteiros do Oeste, sofreu um grave acidente que conduziu à amputação do seu braço esquerdo. Mas manteve a sua alegria infalível: saído do hospital, na Missa em que falou à comunidade, agradecendo pelo apoio que recebeu, rematou: “faltava mais um coto aos coutos de Alcobaça”. Continuou a sua vida profissional, o seu papel de secretário do agrupamento que cumpria com rigor e humor, a sua colaboração n’O ALCOA, integrou o Grupo de Elevação de Alcobaça a Cidade. Por tudo isto, ficará a ser para sempre uma das figuras mais marcantes do Agrupamento 58. “A sua passagem pelo escutismo foi uma vivência feliz e um enriquecimento para ele e para o agrupamento”, resume a esposa. 

Isabel Guerra

Dirigentes do agrupamento já nos finais da década de 90

 

Depois do então seminarista José Augusto Traquina ter sido ordenado padre, seguiu-se na chefia do agrupamento António Soares. “Uma passagem extensa e muito marcante pela positiva”, assim relembra o jurista hoje a sua experiência no Agrupamento 58, onde passou parte da sua infância, adolescência e o início da vida adulta. “Ali absorvi um conjunto de princípios, que arrisco dizer que ainda hoje me acompanham; um conjunto de competências, tais como autonomia, sentido de responsabilidade, de solidariedade, espírito de equipa, todas elas deveras importantes para a nossa vivência em sociedade, e também criei um conjunto de fortes amizades que me têm acompanhando pela vida fora”, recorda António Soares. Deseja que o agrupamento “continue o seu caminho de sucesso, a ter um papel de relevo na formação das novas gerações e a contribuir para o respectivo sentido cívico, em harmonia com o ambiente”, conclui.

Nas palavras de Lucília Fortuna, antiga chefe da secção dos mais novos logo nos anos da sua fundação com o P. Manuel Couto, “o escutismo ajudou-me também a ser quem sou”. A antiga dirigente diz que a experiência acabou por ser uma “escola de vida”, tendo plantado “sementes de amizade sinceras, de que ainda hoje colho os frutos em amigos verdadeiros”. E conclui: “gostava que todos os jovens tivessem oportunidade de ser escuteiros”, para “promover a sua autonomia, facilidade em se relacionar com os outros e encontrar  o respeito por si e pelo próximo”.

São atualmente 58 os escuteiros do Agrupamento 58, continuando a escrever uma história de fé, serviço e camaradagem.

Galeria de Fotografias

(Saiba mais na edição de 17 de outubro do jornal O ALCOA)

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