Reinventar ou fechar? A questão continua a ecoar, um ano e meio após o último congresso da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã. Uma resposta que compete tanto aos responsáveis pelas publicações, como ao público.
O encerramento de vários jornais locais, de norte a sul do país, marcou os últimos meses. Os de inspiração cristã não são exceção. Enquanto uns alteram periodicidades, espaçando-a, outros encerram – “O Distrito de Portalegre” é um caso flagrante, tendo sido encerrado aos 126 anos, em 2010.
O motivo para fechar é sempre o mesmo: a crise. A palavra mais gasta nos anos será, em alguns dos casos, até de conveniência para que se abandone a comunicação de proximidade. Uma atitude particularmente gravosa no caso das publicações da Igreja, pois é a inutilização de um meio de evangelização.
O que temos assistido nos últimos tempos é um desinteresse pela mensagem (notícias), pelos destinatários (público), o que leva à morte do mensageiro (jornal). Quem o faz está, na prática, a desinteressar-se de si, caro leitor.
Com menos jornais teremos menos informação credível, que é precisamente a imagem de marca dos média e dos jornalistas. Sem eles (ou com menos), teremos menos jornalismo. E sem jornalismo, teremos um empobrecimento da democracia.
Podemos saber muita coisa através da televisão, da rádio ou da Internet, mas há muita outra que nos escapará. Sobretudo o que é veiculado pelos média de proximidade. Quem mais nos informa do corte de estrada, do encerramento do centro de saúde ou da mudança de pároco? Serão os ditos nacionais? Mas não são também esses que estão a “esvaziar” as redações? Como fazem, então, mais jornalismo com menos jornalistas?
As notícias são da e para a sociedade. Faz parte da “missão” dos média, que a própria sociedade deve garantir. Esteja atento, caro leitor, e faça-o. Por si!