Mercado século XIX

Lúcia Serralheiro
Terra Mágica das Lendas

O Mercado do Séc. XIX, traz a Alcobaça todos os anos desde 2010 os Ranchos Folclóricos do Concelho, trajados a rigor que vem vendem seus produtos da lavoura, tocando e cantando “modas” antigas.
Em 2022 Francisco Carvalho, do Rancho dos Louções e aluno do ECB, tocou concertina e cantou ao desafio com sua avó Helena, numa dessas recriações do Mercado século XIX. Segue-se uma imagem da autoria de Serra Ribeiro, publicada nos folhetins de Maria Lamas em 1948, que deram origem ao célebre livro: “As Mulheres do meu País”, de onde se transcreve a respetiva legenda: “No mercado semanal em Alcobaça, concorrem camponeses de todo o concelho. Ali se abastecem as donas de casa da Vila e outras de fora, que ali vão atraídas pela abundância e qualidade dos produtos agrícolas da região. As próprias aldeãs, que levam alguma coisa para vender, fazem também as suas ‘mercas’, regateando o preço mais que qualquer outra compradora. Além do grande interesse que tem para o abastecimento geral, este mercado tal como os das outras localidades importantes, através das províncias, é um campo muito propicio à observação dos costumes e nível de vida daquelas redondezas. No Norte, por exemplo, as camponesas preocupam-se mais ou menos com a indumentária, quando vão à feira ou mercado. Nesta fotografia revela-se-nos a indiferença da mulher do campo, no termo de Alcobaça, por esses pormenores. Ela vai à Vila como anda no seu lugar, sem qualquer cuidado especial na sua apresentação.” […]“A camponesa da Estremadura, como a de qualquer outra província, é um valor importantíssimo, indispensável à economia nacional, apesar do seu atraso e falta de apoio que valorize o seu esforço.[…]” Esta é uma foto do mercado semanal em Alcobaça nos meados do século XX. Na imagem captada a maioria são mulheres. As vendedoras estão sentadas no chão, muito próximas e uma delas amamenta um bebé, enquanto regateia um preço com uma compradora, que está descalça. A maioria usa lenço na cabeça, saias rodadas, quase até aos pés, protegidas de aventais. Os produtos que vendem estão dispostos em cestos, que transportaram à cabeça ou talvez com apoio de animais e vindas de longe. Além do trabalho que tem de vender para sua sobrevivência o mercado era também um espaço de audável convívio entre as pessoas. Dias 20 e 21 de maio, os grupos folclóricos vão mostrar memórias doutros tempos. Lá iremos também para recordar, mercar e conviver.

Lúcia Serralheiro
Terra Mágica das Lendas

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