Fundada em 1945, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que integra múltiplos estados-membros (195) e estados associados (8), tem desempenhado um papel fulcral para a defesa e sensibilização para o valor do Património.
O programa do Património Mundial da UNESCO começou a tomar forma na década de 1960, depois de, em 1959, os governos do Egito e do Sudão terem apelado à assistência internacional para a preservação de importantes monumentos que tiveram de ser trasladados em resultado da construção da barragem de Assuão. Foi esta a primeira campanha da UNESCO para salvar património considerado de valor universal.
Em 1972, uma das convenções da UNESCO patenteou a importância do património de valor excecional para as gerações atuais e vindouras. Assim se alicerçou a noção de Património Mundial. Fatores como a globalização e o aumento de práticas turísticas contribuíram para a distinção destes sítios patrimoniais ao longo do tempo.
Para entrar na Lista do Património Mundial da UNESCO, é necessário a inscrição dos bens patrimoniais e o cumprimento de critérios definidos. Caso contrário, a integração na lista poderá estar em risco, como sucedeu recentemente com a cidade de Liverpool. Na lista, estão integrados atualmente 1.154 bens patrimoniais de 167 países, dos quais 19 são de Portugal. Entre estes, está, desde 1989, o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. A paisagem cultural de Sintra, o centro histórico do Porto e o Mosteiro de Alcobaça foram incluídos, em 2020, no Relatório Mundial sobre Monumentos e Sítios em Perigo da UNESCO.
Apesar de a marca UNESCO estimular as visitas e o turismo potenciar riscos, neste caso, são as obras em curso que ditaram este alerta. A preservação e defesa do património é assim uma tarefa contínua que deve envolver responsáveis, residentes e visitantes.