Pax Romana segundo o Princípio de Pareto

Nelson José Faustino
Professor da Un. de Coimbra

Pax Romana (em latim) é o termo cunhado por vários historiadores, antropólogos e cientistas sociais quando se referem aos primeiros dois séculos do Império Romano, caracterizados por estabilidade política e prosperidade económica.

Num estudo recente, publicado em julho de 2021 pelo periódico Royal Society Open Science, do Reino Unido, um grupo de quatro investigadores da Universidade de São Paulo, no Brasil, chegaram num curioso padrão estatístico após analisarem as causas de morte de todos os 175 soberanos do Império Romano, incluindo o período em que este esteve unificado, quanto aquele em que esteve dividido entre parte ocidental e parte oriental.

Dos 175, 69 governaram o Império Romano Ocidental. Por sua vez, apenas 24,8% dos 69 conseguiram governar sem serem assassinados pelos seus opositores (inimigos ou falsos aliados). Se assumirmos 5% como margem de erro podemos concluir que os dados corroboram a célebre “regra 80/20”. Esta regra, conhecida por “Princípio de Pareto”, diz-nos essencialmente que eventos ditos comuns correspondem aproximadamente a 80% dos casos, ao par que eventos ditos excecionais aos restantes 20%. E ao que parece esta regra não é exclusiva dos imperadores romanos.

Se nos casos destes, as hipóteses de longevidade melhoravam após alguns anos de liderança, no caso das autarquias de Portugal as hipóteses de haver alternância política, eleição após eleição, são diminutas quando olhamos pelo túnel do tempo.

No caso do concelho de Alcobaça, o leitor poderá chegar numa conclusão definitiva após ler este texto, publicado dias após as eleições. Ou então, terá que esperar mais 4 anos. Pelo menos …

Nelson José Faustino
Professor da Un. de Coimbra

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