No domingo, dia 20 de março, centenas de pessoas participaram nas procissões do Senhor dos Passos que tiveram lugar em Alfeizerão e em Évora de Alcobaça, que não trazia esta procissão às ruas desde 2000.
“Foi um grande investimento a nível dos vestuários utilizados na procissão e do trabalho da comunidade, mas valeu a pena porque envolveu e uniu toda a paróquia”, afirma o Padre Ivo Santos, pároco de Évora de Alcobaça. “Mas mais importante do que o trabalho que deu a organizar, é que a procissão sirva para crescer na fé e para despertar os que estão mais distantes ou mais débeis na fé”, sublinha o sacerdote.
D. José Traquina, bispo auxiliar de Lisboa, esteve presente na cerimónia realizada na sua terra natal. “Realizar a procissão do Senhor dos Passos no Domingo de Ramos na Paixão do Senhor é uma valorização da Semana Santa, uma semana para viver com maior densidade a entrega de Cristo”, sublinhou D. José Traquina, para quem “o Caminho da Cruz nos indica a vida toda de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Nas palavras do bispo, “a Paixão e a Cruz em Jesus, são o critério ou a forma como decidiu viver a vida neste mundo, sendo a cruz marca de uma vida em amor consagrado e da superação de todo o egoísmo”, sendo que “o caminho da cruz nos aponta a fidelidade à vida em amor”. Assim, “não se pense que o caminho da cruz é negação da vida ou desinteresse pela vida; é a afirmação de que a vida só faz sentido se houver fidelidade, amor e doação aos outros”, acrescentou D. José, lembrando que “Jesus propõe que o sigamos com critérios semelhantes de vida: ‘Quem quiser seguir-me, pegue na sua cruz e siga-me'”.
“A Semana Santa serve também para «ver» vários aspetos problemáticos na realidade deste mundo como ambições económicas sem critérios de justiça, intolerância e agressividade, ódios e vinganças”, entre outras situações, afirmou ainda D. José Traquina.