Um amigo de Alcobaça

Quando, em artigo anterior, registei de forma encomiástica o percurso camoniano glosando o tema do amor entre Pedro e Inês, junto ao rio Alcoa, aproveitei para sugerir a colocação de uma estátua ao alto da escadaria próxima da rotunda das freiras. Foi desta forma: “…poderia ser do cardeal D. Henrique, que deixou a abadia de Alcobaça para ocupar o trono depois da desgraça de Alcácer-Quibir, poderia ser do papa Alexandre III, que reconheceu em 1179 o reino de Portugal e o rei D. Afonso, fundador do mosteiro…”
Registo agora, também encomiasticamente, a implantação do Parque Verde. Excelente ideia, é mais uma obra emblemática e necessária. Mais do que necessária. Esperemos que, na próxima fase, se contemple um ou mais recintos para a prática desportiva e, neste particular, nada como “copiar” o que de bom se faz por essa Europa fora.
E cá volto à estatuária, que é algo de que Alcobaça carece. Para o Parque Verde sugiro a estátua de um monarca da nossa História, grande amigo de Alcobaça e do abade D. Estêvão, que iria mais tarde para Lisboa, para seu confessor e conselheiro. Um monarca que, em 1269, antes mesmo de seu filho, D. Dinis, ter fundado a primeira universidade, abriu no Mosteiro de Alcobaça o “primeiro estabelecimento público de ensino superior”. É caso para perguntar: os Estudos Gerais, de Coimbra, poderão considerar-se mesmo a primeira universidade? Então e o estabelecimento de ensino superior, de Alcobaça, aberto a todos, não só aos monges?
Foi, por último, um monarca que deixou em testamento 3000 libras para edificação do cláustro do Mosteiro de Alcobaça. E, justamente neste mosteiro, a seu pedido, foi sepultado.
D. Afonso III, um grande rei! Merece bem uma estátua na cidade. Porque não no Parque Verde?

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