Uma fraternidade de Cister

P. Tiago Roque
Pároco de Alcobaça e Vestiaria

Quando os acontecimentos da história nos falam de discórdia, insegurança e destruição, a nossa forma e agir há de ser bem diferente. A cooperação. A entreajuda. A construção de uma família com os outros. É neste sentido que importa falar do Quinto Encontro Internacional de Abadias Cistercienses. Passou-se nos dias 10 e 11 de novembro, no Mosteiro de Alcobaça. Algumas das abadias representadas contam ainda com “comunidades vivas” de monges ou monjas. É o caso de Poblet, em Espanha; de Heiligenkreuz, na Áustria; ou das cistercienses de Rio Caldo, em Portugal. Deram-nos o seu testemunho de como continuam a surgir, na Igreja, as vocações consagradas à vida contemplativa, sejam femininas ou masculinas. Pessoas concretas que nos revelam antecipadamente o que um dia haveremos de ser no Céu. Uma comunidade de irmãos, reunidos em torno do Pai, que apenas vivem por Ele e para Ele. Não se casam, nem se dão em casamento, como nos disse Jesus. Na sua oração e no seu silêncio abraçam fraternamente o mundo. Não esqueçamos que a oração cheia de amor dirigida a Deus tem muita força. Várias outras abadias compareceram neste quinto encontro, embora já não tenham a presença das suas comunidades religiosas, fizeram-se representar pelas equipas que nelas trabalham atualmente. Claraval, em França. Fountains, no Reino Unido. Herkenrode, na Bélgica. Entre outras. Portanto, todas aquelas que, como em Alcobaça, contam com colaboradores que diariamente se dedicam ao cuidado da conservação e restauro do património, que divulgam e as revelam ao mundo e garantem a hospitalidade para com todos os visitantes, à boa moda de Cister. Foi interessante a partilha de experiências que se gerou. Como em tudo na vida, com o testemunho dos outros, todos crescemos. A presença de uma parte destas abadias no Mosteiro de Alcobaça perdurará até ao final da 25.ª Mostra de Doces e Licores Conventuais. Não nos limitemos a provar o que têm para nos oferecer. Procuremos conhecer e dialogar com aqueles que nos visitam. No fundo, os maiores tesouros da vida são as pessoas.
Deus não deixa de nos surpreender com aqueles que coloca no nosso caminho. A verdadeira fraternidade, o acolhimento dos outros como irmãos e a cooperação continuam a ser a solução para os nossos dias.

P. Tiago Roque
Pároco de Alcobaça e Vestiaria

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