25 de Abril, Esperança

Óscar Santos
Gestor de Projetos

Estamos a pouco tempo de celebrar os cinquenta anos do 25 de abril de 1974, o golpe de estado que derrubou os quarenta e dois anos de regime ditatorial, autoritário e corporativo do Estado Novo, onde apenas os que gravitavam na esfera do poder e do regime tinham acesso ao “bolo” do orçamento e aos privilégios. Felizmente o 25 de Abril pôs fim ao regime e devolveu ao povo português a esperança e os sonhos num futuro melhor.
Ao fim de cinquenta anos, voltámos a um Estado bafiento, dominado e controlado pelo partido do regime, cada vez mais omnipresente, quase totalitário, em torno do qual os chamados “interesses” gravitam. O Governo, por seu lado, usa os recursos para distribuir pelas “clientelas”, gerando corrupção. Asfixia as empresas e as pessoas com uma crescente carga de impostos e burocracia, sem preocupação com o crescimento e competitividade da economia nem com a redução da despesa da “máquina do estado”, que aumentou mais de 65% nos últimos 8 anos. Um Governo que ataca a democracia, ao corromper as instituições Judicias, as entidades reguladoras e fiscalizadoras ao serem “ocupadas” pela rapaziada da “família”. Apesar do aumento brutal da despesa, o estado da saúde, da justiça, da educação, tem-se vindo a degradar nos últimos anos. A emigração está a aumentar, só que agora são os jovens qualificados que estão a sair. Estamos a perder competitividade e no futuro vamos ficar mais pobres. Atualmente temos em Portugal um problema que não existia em 1974 – a população está envelhecida. Os reformados e as pessoas de meia-idade representam mais de 60%. Quase um milhão de pessoas trabalham para o Estado, para além das pessoas que, de uma forma ou de outra, também dele dependem. Como é óbvio, a maioria destas pessoas estão “acomodadas”, têm a vida estabilizada e não estão dispostas a arriscar na mudança. Mudar implica risco, trocar uma situação estável pelo desconhecido, implica esforço, ainda que isso possa trazer melhorias no futuro. Preferem a estabilidade ao risco ainda que empobrecendo alegremente. Quem pode e seguramente deseja fazer a mudança, são os mais jovens e todos aqueles que não se resignam, os empreendedores, os que não têm nada a perder, que arriscam e vão à luta. Mas esses são cada vez menos e, mesmo que queiram mudar, através do seu voto, nada conseguem contra a maioria “opressora”. Estamos num impasse de regime e a culpa não é, nem foi, dos vários Governos que não foram capazes de fazer a mudança, mas sim das pessoas que recusam a mudança. Enquanto a maioria da população dos “acomodados” se mantiver egoísta e não se preocupar com o futuro dos filhos e netos, então não será possível fazer as tão necessárias mudanças e reformas. Não haverá esperança.

Óscar Santos
Gestor de Projetos

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