A arte e a bíblia (III)

Carlos Araújo
Professor no Colégio Nossa Senhora de Fátima – Leiria

A linguagem pictórica dos vitrais dava um importante contributo para a formação na fé e na vida cristã.
As cenas, os personagens e os temas dos vitrais medievais eram, em geral, cuidadosamente escolhidos para o ensino da doutrina e da moral que se pretendia divulgar. Também as figuras de terror, que representavam o juízo final ou o inferno, serviam para alertar os rebeldes para o perigo que corriam. Por exemplo, histórias como a morte de Abel, o dilúvio ou a destruição de Sodoma constituíam sérios avisos a ter em conta.
Também as cenas da vida dos profetas do Antigo Testamento serviam para mostrar que eles tinham profetizado o nascimento, a missão e a morte de Jesus. Mas, nos vitrais medievais, o tema bíblico preferido era a árvore de Jessé, uma representação artística da árvore genealógica de Jesus a partir de Jessé, pai do rei David. Assim, não era raro que os vitrais refletissem as correntes mais complexas da interpretação bíblica medieval. Frequentemente, misturavam acontecimentos do Antigo Testamento com cenas do Novo Testamento. Podemos, portanto, afirmar que, com esses vitrais, se compunha uma “Bíblia em imagens” para os menos instruídos, analfabetos, pobres e outros. Mas será só essa a finalidade?
Os vitrais da Idade Média, em boa parte, também assinalavam as festas do calendário eclesiástico, servindo para explicar o sentido das festas e solenidades celebradas pela Igreja, nomeadamente o Natal, a Páscoa, os Ramos, a Anunciação, e nelas concentrar a atenção dos fiéis.
Na grande maioria, as festas do ano eram representadas por cenas do episódio bíblico.

Carlos Araújo
Professor no Colégio Nossa Senhora de Fátima – Leiria

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