A corrupção e o tráfico de influências minam a sociedade

Estão em curso várias investigações que envolvem altas figuras que representaram o Estado. Bem sei que ainda ninguém está acusado, nem sei se alguém o chegará a ser. Com o perigo de julgamentos precoces, falar em casos particulares pouco significado tem nesta altura. Tornou-se um “clichê” afirmar que ninguém está acima da lei. Mas muitos duvidam desta máxima. O poder judicial, por sua vez, quer dar um sinal claro de que não há uma justiça para poderosos e outra para os restantes. Sem defender uma justiça “justiceira”, espero apenas que os processos e os resultados não se arrastem no tempo, como quase sempre acontece. Bem sei que parte significativa da população não quer saber de investigações, vai continuar a entreter-se com “fait divers” e é até, muitas vezes condescendente com estes fenómenos. É comum ouvir-se “encheu-se, mas fez obra”. Enquanto, alguns são pouco exigentes, não querendo saber das coisas públicas, outros vão tirando vantagens e enriquecendo num ápice, não se sabendo exatamente como, mas à custa precisamente daqueles que cansados da política se conformam em sobreviver com pouco e resignados com o futuro.
Mas o que é verdadeiramente preocupante é que há um conjunto de pessoas neste país, pelos lugares que desempenham ou desempenharam, pelas informações privilegiadas que possuem, pelas relações que detêm com o poder político, presumem que podem usar o poder do Estado e informações para tirar vantagens de todo o género, para si ou para alguém próximo.
A corrupção e o tráfico de influências manifestam-se de várias formas e não é só nos países menos desenvolvidos. Nas sociedades mais avançadas este fenómeno está presente de forma mais subtil e inteligente, mas com os mesmos objetivos: fazer enriquecer e trazer vantagens a uns, em prejuízos de outros. Em certa medida, instalou-se a ideia de que quem atinge determinados lugares, tem que justificar esse lugar com um favor e, a partir daqui, a teia vai alastrando parecendo não ter fim. Mas um dia, isto vai ter que acabar, a bem do povo, da política e dos políticos…

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