A democracia, a política e as eleições europeias

Henrique de Mendonça Belo
Aluno de Direito da Universidade Europeia

Houve uma alteração na forma de pensar dos portugueses após as últimas eleições de março. A grande surpresa, tendo em conta as sondagens, foi a estrondosa votação do CHEGA com mais de 1,1 milhões de votantes, assumindo de forma inequívoca a terceira força política do país.
Contudo, não é só em Portugal que os partidos de direita ganham cada vez mais relevo. Aliás, seria mais fácil mencionar os países que não aderiram à ascensão destes partidos. Este tema é de extrema importância quando estamos com as eleições europeias à porta. Portugal tem 21 assentos no hemiciclo de Estrasburgo.
O PS, que conseguiu o maior número de cadeiras ao Parlamento Europeu nas últimas eleições, tem como cabeça de lista a antiga Ministra da Saúde Marta Temido. Como principal adversário terá Sebastião Bugalho de apenas 28 anos, escolhido pela AD. As eleições europeias de 9 de junho poderão marcar uma nova viragem na Europa, nomeadamente nas matérias do clima e da imigração. Num estudo feito pelo European Council on Foreign Relations, os partidos de direita e extrema-direita poderão atingir a maioria. O Partido Identidade e Democracia (ID) e o Partido dos Reformistas e Conservadores Europeus (ERC) poderão ser os partidos com maior ascensão no Parlamento Europeu. Por outro lado, é possível que o Partido Popular Europeu (PPE), partido da família do PSD, e a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), onde estão afiliados os eurodeputados do PS, sejam os maiores derrotados. Acredito que um dos motivos da ascensão da extrema-direita seja a sua normalização e a consequente diminuição da censura social. Neste aspeto, acho bastante positiva, não a subida de eleitores, mas sim a normalização e a diminuição da censura social. Afinal, numa democracia, o cidadão tem de ter a liberdade para escolher a sua ideologia. As linhas vermelhas na política são algo bastante negativo e até, de certa forma, antidemocrático. Ao cidadão, cabe sim, o direito de escolha, mas também o dever cívico de votar.
Posto isto, acabo por promover e apelar ao voto no dia 9 de junho para dar continuidade ao projeto europeu, que seguirá o rumo que os eleitores quiserem.

Henrique de Mendonça Belo
Aluno de Direito da Universidade Europeia

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