“Adeus à Velha Igreja” é o título de um livro extraordinário, publicado nos anos sessenta do século passado, por altura do início do Concílio Vaticano II.
O seu autor, James Kavanaugh, foi ordenado em 1954 e exerceu o sacerdócio durante nove anos, vindo a pedir a demissão. Continuou, no entanto, a ser um crente esclarecido e acabou por escrever este livro a pedido de centenas de pessoas, de todos os continentes, depois de lerem o seu artigo no The Saturday Evening Post, intitulado “Eu sou um Padre e quero casar”. Estávamos, portanto, em 1960/1970, numa época em que a Igreja Católica necessitava de renovação, pelo que muitos e bons autores publicaram obras interessantes, como “Igreja Velha, Igreja Nova” “Pessoas Livres”, entre muitas outras. Mas foi o Concílio, convocado pelo grande Papa João XXIII, que veio a dar o necessário impulso à renovação, pondo termo a uma época de obscurantismo.
A partir de então, e embora tenhamos tido papas de indiscutível mérito, houve algum retrocesso na vida da Igreja, talvez porque o tal obscurantismo não foi eliminado de vez, e alguns pastores (ou funcionários administrativos da Instituição?) e muitos fiéis (infelizmente, por ignorância) continuaram agarrados a uma doutrina secular, em lugar de basearem a sua fé na verdadeira Mensagem de Cristo.
Até que é eleito um Papa algo “revolucionário”, o arcebispo Jorge Bergoglio, de Buenos Aires, que desde logo deu sinais de grande argúcia, fixando a sua residência fora do Vaticano, distante dos velhos e bafientos cardeais da cúria.
Começa a mudança, desponta a Nova Igreja. E a nomeação dos cardeais também passa a reger-se por novos princípios, de tal forma que acabamos de ver ordenado um jovem bispo português, Américo Aguiar, que se vem distinguindo por ser uma voz de modernidade, uma figura da Nova Igreja pela qual os católicos anseiam. É sabido que nem todos os seus pares concordarão, apenas porque mantêm alguns laivos da Velha Igreja.
Mas a vida continua, tal como a Igreja.
Sempre.