A ousadia de amar (ou a cura mais desejada)

P. Tiago Roque
Pároco de Alcobaça e Vestiaria

Na semana passada, tive a alegria de ir ao cinema. Sem dúvida que a arte nos permite um encontro único com a verdade. Assim aconteceu ao visualizar o filme “Um Homem Chamado Otto” , que conta, como protagonista, com o ator americano Tom Hanks.
Otto é o típico homem mal humorado, cheio de críticas à sociedade e às pessoas em seu redor. Aquele sujeito que ninguém pode ver à frente. Todavia, com o enredo, vamos compreendendo que o próprio vive um dilema tal que não consegue sentir-se em paz consigo mesmo. Como presente do céu, este homem tem a graça de ver chegar à sua rua uma família de novos vizinhos, que revolucionam a sua vida. No fundo, não desistem dele. Acaba por ser na descoberta e no serviço aos outros que Otto readquire um sentido.
Na proximidade ao Dia Mundial do Doente, 11 de fevereiro, importa refletirmos acerca das nossas “doenças”. Naturalmente, não me refiro tanto a problemas do foro físico ou corporal. A cura de que necessitamos poderá brotar de uma releitura da nossa história, a qual tantas vezes esconde fragmentos de crise, que, no fundo, originam grandes problemas. Olhar a nossa história e aceitá-la como um tesouro – o nosso tesouro – projeta-nos para um futuro de esperança e renovação. O remédio para várias “doenças” poderá ser a abertura ao outro. Descubro-me inteiramente quando me encontro com o outro. E o amo de verdade.
Propõe-nos o Papa Francisco, na sua Mensagem para o XXXI Dia Mundial do Doente, que aprendamos “através da experiência da fragilidade e da doença, a caminhar juntos segundo o estilo de Deus, que é proximidade, compaixão e ternura”. Ninguém consegue viver sozinho neste mundo. Assim sendo, empenhemo-nos na cura.

P. Tiago Roque
Pároco de Alcobaça e Vestiaria

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