A propósito de austeridade

Na passada semana, um “figurão” desta nossa triste Europa foi notícia nas televisões internacionais por se ter insurgido contra aqueles que defendem um abrandamento nas políticas de austeridade. Lamentou, mesmo, que se esteja a verificar uma certa quebra nessa austeridade. Foi, nada mais nada menos, do que o sinistro presidente do Bundesbank, Jens Weidmann. Não admira que tenha sido ele o principal conselheiro económico da senhora Merkel antes de assumir a presidência do Bundesbank, em fevereiro de 2011.
Ora, toda a gente já percebeu aonde nos conduz a política cega da mais inflexível austeridade. O próprio FMI já reconheceu os efeitos dessa política, de que é arauto o presidente do Bundesbank.
É sabido que o italiano Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, é o homem a quem se deve uma certa normalização da Zona Euro, e uma notória acalmia dos mercados. Mas sempre contra a opinião do alemão Weidmann. Valha-nos que as decisões do conselho do Banco Central Europeu resultam da votação dos seis membros da sua Comissão Executiva mais a dos 17 governadores dos bancos centrais da Zona Euro. Weidmann vota sempre contra a opinião da maioria, faz declarações duras contra Mario Draghi, desfere violentos ataques contra os governos dos principais países da Europa.
Não há dúvida de que o trio formado por este homem e pelos ministros das finanças de Portugal e da Alemanha levar-nos-ia a um rico enterro. De tal forma que o Prof. Viriato Soromenho Marques escrevia há dias: “Merkel tem de decidir-se entre a integridade da Zona Euro e a manutenção de Weidmann à frente do Bundesbank. As duas coisas são incompatíveis.”

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