Alcobacense alerta para situação de irmãos de etnia cigana

“Quero fazer um desabafo que me tem atormentado já há algum tempo. É do conhecimento público que existem duas barracas onde habitam dois seres humanos que vivem pior que muitos animais de estimação e de quem ninguém fala. Estou a referir-me a dois irmãos de etnia cigana que sofrem de distúrbios psíquicos e como tal devem ser tratados.
Conheço o interior das barracas e não imaginam o que não há. Passam fome e frio para além da falta de tudo, tudo. Não comem uma refeição quente e quanto à higiene, nem se fala. Sabe-se que foi nomeada uma pessoa para tomar conta do caso mas…não se vê nada, nada, nada.
Quem pode dormir bem, sabendo que à nossa porta, existem seres humanos a viver pior que muitos animais? Todos temos o dever de nos envolver para que estas situações desapareçam da face da terra. Fazem-se campanhas para criar condições para animais, nada contra, e as pessoas?…
Apelo às entidades locais, câmara, paróquia, junta de freguesia, tribunal, segurança social, saúde pública que tomem medidas antes que venha aí a CMTV ou outro órgão dos media e nos envergonhem a todos.
Gostaria de ver esta questão resolvida por quem conseguir. Ao dispor”.

Isabel Nicolau, Alcobaça

 

Alcobaça. Isabel Nicolau, educadora aposentada e residente em Alcobaça, fez chegar a’O ALCOA o seu inconformismo perante as condições de vida miseráveis de dois irmãos de etnia cigana que sofrem de distúrbios psíquicos e que vivem há anos junto ao parque de estacionamento da Quinta da Cova da Onça, nas imediações do Hospital de Alcobaça (ver Correio do Leitor, acima).
O ALCOA questionou a Junta de Freguesia e a Câmara de Alcobaça, procurando ouvir, ainda sem êxito, as autoridades de saúde. Para Isabel Fonseca, presidente da junta, “a resolução deste problema passa pela interdição e consequente internamento das pessoas em causa”, sendo “necessária a avaliação pelos técnicos avalizados para o efeito”. Segundo a autarca, “as pessoas recusam-se a fazer a avaliação e o tribunal nomeou uma tutora que se responsabilizou pela higiene, alimentação e bem-estar das pessoas”. A junta solicitou já várias vezes esclarecimentos a várias entidades, tendo este assunto sido inclusive alvo de uma reunião extraordinária da Comissão Social de Freguesia de Alcobaça e Vestiaria. A autarca adiantou ainda que “também o Ministério Público tem feito diligências no sentido de requerer explicações sobre as pessoas em causa”. Além disto, Isabel Fonseca explicou que “caso haja alguém que se disponibilize para ser tutor(a) destas pessoas, deve ir junto do Ministério Público apresentar essa vontade”, cabendo depois ao tribunal avaliar a proposta e decidir.
Questionado o Departamento de Ação Social da Câmara Municipal de Alcobaça, a resposta foi lacónica: “o caso está a ser acompanhado pelas entidades oficiais, nomeadamente o Ministério Público”.

 

 

 

 

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