Excelentes as experiências que tenho tido, na pandemia, com os funcionários locais da administração pública.
Confinamento. Urgência de assinar um documento à distância. Na junta de freguesia, só por marcação dias depois. Espaço Registos de Alcobaça: na limitação do atendimento presencial, fiz contacto por e-mail. No mesmo dia, telefonaram-nos e assinatura digital resolvida. Outros relatos ouvi da resposta exemplar dos funcionários locais destes serviços. Só que, por mais boa vontade local, a burocracia impera. Já em pandemia, O ALCOA candidatou-se a um estágio profissional: primeiro, a exigência de um novo tipo de declaração de IBAN, com que nem o banco estava familiarizado; depois, pela 1.ª vez, na candidatura, a descrição das atividades de paginação e grafismo a desempenhar pelo estagiário motivou notificação dos serviços centrais exigindo… mais detalhe. Carta para cá, carta para lá, demora, atrasos. No último dia do estágio, pontualmente, um diligente funcionário local do Centro de Emprego telefonou e, querendo nós contratar o estagiário, informou do prémio à contratação, mas… ah, a candidatura! Necessário o preenchimento de oferta (?) de emprego no site num formulário com oito separadores e dezenas de campos… Dia seguinte, outra empenhada funcionária local alertou que, no último campo, opção escolhida não foi a correta e que havia que refazer tudo outra vez. Isto para virmos a poder candidatar-nos ao tal apoio. O Estado continua muito salazarista: temos de solicitar, preencher, entregar papéis, fazer uma exposição… Na Alemanha ou na Holanda, não foi preciso pedir apoios na pandemia; o Estado, tendo a faturação das empresas, fez os cálculos (a informática serve para isso) e o dinheiro chegou à conta. O tempo que as empresas, os contabilistas, os funcionários públicos perderam em Portugal, num momento tão crítico! Para não falar dos atrasos na chegada efetiva dos apoios. Carlos Miguel, atual secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, referiu há dias a “teia” de burocracia que tudo “emperra, trava” e “chateia”. Diagnóstico feito, mas falta resolver. Se não, continuamos estagnados enquanto os outros avançam!