Estamos a chegar ao final de 2023. É, por isso, tempo de balanço. A inflação histórica, que levou parte dos rendimentos, a somar aos conflitos na Europa e no Médio Oriente, tem deitado abaixo muitas famílias e empresas. Se é certo que o aumento dos custos tem levado ao surgimento de novos atletas, aqueles que fazem uma ginástica acrobática para pagar as contas, há outros para quem pouco ou nada mudou. A crise não é igual para todos e nem todos parecem vivê-la da mesma forma. Se olharmos, por exemplo, para a época do Natal, enquanto as instituições de solidariedade social, como a Refood de Alcobaça, se multiplicam em ações contra a fome, não apenas nesta época, mas todos os dias do ano, há outras para quem a situação de carência é apenas mais uma reportagem. Basta vislumbrar as enchentes nos maiores centros comerciais ou nos restaurantes das grandes cidades, repletos de gente pronta a festejar, com bastantes euros, a quadra festiva. Também podemos olhar para o fim de ano e para a procura de destinos de férias ou para as noites do réveillon com lotações esgotadas. Uma grande fatia da população vive efetivamente toda a magia da época a consumir.
No dia 27 de dezembro de 2023, O ALCOA completou 78 anos de vida. Um projeto iniciado, a 27 de dezembro de 1945, pela mão do P. Manuel Vitorino. Temos sentido o embate da inflação e não vivemos em prol do consumismo. O jornal tem resistido graças aos colaboradores, voluntários, amigos, leitores, assinantes e clientes. De dimensão regional, mas com um custo nacional, pertencemos ao grupo dos ginastas acrobatas que tudo fazem para que este projeto continue. Para isso, é muito importante que continuem a acreditar em nós. Os jornais regionais têm um papel preponderante para as comunidades onde estão implantados, dando voz a essas comunidades. A falta de notícias locais, ou de quem as produza, origina aquilo a que se chama de deserto de notícias e um deserto é um lugar quase sem vida.