Diz-se que o Carnaval são três dias, mas na Nazaré são muitos mais, é a festa pela qual se aguarda todo o ano. Ninguém vive, respira e sente tanto o Entrudo como os nazarenos, que dizem ser difícil de explicar.
No sábado passado, dia 3 de fevereiro, deu-se o arranque oficial do Carnaval da Nazaré, com a festa de São Brás, que levou milhares de pessoas, numa romaria, até à Capela de São Bartolomeu. Uma enchente que coloriu o pinhal com máscaras e comes e bebes, onde não faltou a música e as famosas marchas, com letras e dizeres que, muitas vezes, só os nazarenos entendem. Uma multidão que promete repetir-se com os desfiles previstos, para domingo, dia 11 de fevereiro, e no dia 13, terça-feira de Carnaval. Como já é habitual, espera-se um mar de gente na marginal, para «apanhar esta onda» de folia, que os nazarenos tão bem sabem «surfar».
Em Alcobaça, a tenda gigante em frente ao mosteiro também mostra que haverá por ali muita folia. Mas este é um Carnaval diferente. Sem a vincada tradição e a singularidade dos nazarenos, a festa faz-se dentro e fora da tenda, com muitos mascarados, a ocuparem-se do desfile, das suas indumentárias e das suas máscaras, fazendo com que a típica expressão “Terra de Paixão” dê lugar à “Terra de Folia”.
Diferenças à parte, a verdade é que o Carnaval ou o Entrudo, que ocorre nos três dias anteriores à Quarta-Feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma, surge como uma oportunidade económica, essencialmente para o setor ligado ao turismo e ao comércio. Por isso, há quem considere que Alcobaça deveria apostar em ter, na cidade, os desfiles de outrora, embora já existam na Benedita, em São Martinho do Porto e em Pataias, três freguesias do concelho de Alcobaça que apostam nesta festividade.
Uma coisa é certa, é oficial, estamos naquela semana em que se respira, se fala, que se dança e que só se vive para o Carnaval.