Efeméride. Mães partilham histórias de farda e de maternidade

Ser GNR, bombeira e militar do exército não é tarefa fácil, sobretudo quando se juntam os desafios da maternidade. Como testemunham Sara Oliveira, Marina Mourato e Cláudia Lopes. Mulheres que conciliam a maternidade com a farda, desempenhando esta dupla missão com coragem e muito amor. Três histórias, inspiradoras!

Sara Oliveira, Guarda principal da GNR

“Apesar de todas as dificuldades que possam surgir na vida, nunca devemos abdicar de ser mãe”. É com este sentimento que a guarda Sara Oliveira, abraça a dupla missão de militar da GNR na Benedita e de mãe da Ariana, de 9 anos, e de Lara, de 4. Natural do distrito do Porto, foi após conclusão do curso de GNR, em 2009, que ficou colocada Benedita, onde permanece até hoje. “Em 2012, realizou-se o meu maior desejo, o nascimento da minha primeira filha”, conta a’O ALCOA, explicando que apesar da exigência profissional conseguiu trabalhar até ao termo da gravidez. “Mas não foi fácil ser militar e mãe ao mesmo tempo”, destaca Sara Oliveira, contando com o apoio do marido, também militar da GNR, “que compreendia os momentos de ausência, o horário irregular”. Situação que melhorou com o nascimento da segunda filha em 2017 e um horário mais flexível que lhe permite acompanhar melhor o percurso pedagógico e o crescimento das filhas.

Marina Mourato, Bombeira

“Ser mãe e bombeira profissional e voluntária não é fácil, mas é muito gratificante”. É assim que Marina Mourato, de 37 anos, encara o duplo desafio na sua vida: ser bombeira e mãe.
Foi em 2017 que a alcobacense engravidou do filho Gustavo, de 4 anos, “por opção”. Nessa altura era apenas Bombeira Voluntária na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça, carreira que abraça desde 2006. Entretanto, em 2020, surgiu a oportunidade de passar a profissional e, desde então, a vida tem sido uma constante “ginástica” entre trabalho e creche. Marina Mourato conta que, tanto ela como o marido trabalham por turnos e nem sempre é fácil gerir os horários com a creche do filho, “principalmente porque não temos suporte familiar para nos ajudar e facilitar”. A bombeira enaltece, no entanto, o apoio da chefia: do comandante Leandro Domingos, do 2.º comandante Marco Caetano e também dos colegas, “pois nem sempre no decorrer do serviço, se consegue controlar o tempo que os utentes irão demorar ou no surgimento de alguma emergência”.

Cláudia Lopes, Sargento-ajudante do exército

“Realizada a nível pessoal e profissional”, assim se sente Cláudia Lopes, como militar do Exército Português e como mãe da Bruna e da Renata, de 17 e 13 anos, respetivamente. Foi em 1997 que a sargento-ajudante, que reside em Valado dos Frades, iniciou a sua carreira no exército, seguindo-se a especialidade em socorrismo. Com o marido na mesma profissão, conta que foi mãe em 2004 e 2008 “e que a vida não tem sido fácil”. A militar explica que nessa época ainda não existia a regulamentação de proteção da parentalidade, tendo passado Natais, dias da Mãe, Páscoas sem as filhas por estar em exercício ou de serviço. “O que se perdeu não se recupera no ano seguinte”, garante. Com a atividade profissional a dividir a família, ela em Leiria desde 2002, e o marido em várias unidades fora, o dia-a-dia é mais partilhado com as filhas. Rotina que acontece bem cedo, com várias tarefas e ao final do dia, para idas a treinos, fazer o jantar, tomar banho, fazer mochilas e preparar o dia seguinte.

Saiba mais na edição impressa e digital de 28 de abril de 2022.

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