Temos acompanhado o Papa Francisco em tempos em que a fragilidade física lhe tem batido especialmente à porta. Do alto dos seus oitenta e seis anos, continua a ser para todo o mundo uma verdadeira inspiração. Todavia, bem sabemos que o nosso caminho por cá não é eterno… E que por motivos de saúde, por vezes, torna-se impraticável mantermos várias das anteriores ocupações. O que poderemos esperar então para o Santo Padre para os próximos tempos?
Desde que, no Panamá, em 2019, foi anunciado que Portugal viria a receber as seguintes Jornadas Mundiais da Juventude, temo-nos preparado para acolher os tais milhões de jovens peregrinos e, necessariamente, o Papa Francisco. Tive a graça de participar nas Jornadas de Madrid (2011) e Cracóvia (2016). Ao olhar para trás, entendo que a presença do Papa nestes encontros muda tudo. É a certeza que no centro do evento está Jesus Cristo. Olhando o rosto de Francisco vemo-l’O a Ele. Escutando as suas palavras, ouvimo-l’O a Ele. Com os desafios que nos lança, sentimo-nos guiados para Jesus.
Há cerca de um ano, os padres mais novos do Patriarcado de Lisboa (grupo no qual me incluo) marcaram presença numa audiência com o Santo Padre, na sequência de uma viagem a Roma e ao Vaticano. Foram-nos dados apenas cerca de três minutos com Francisco. Havia toda uma multidão a aguardar para que chegasse a sua vez. Um de nós, por entre o entusiasmo do momento, exclamou: “Esperamo-lo em Lisboa, em agosto do próximo ano.” O Papa, com o humor que lhe é próprio, respondeu: “Se não for eu, irá o João XXIV.” Assistimos às palavras do presidente da Fundação JMJ, D. Américo Aguiar, há dias, de que não existe um plano B: “O único plano é F, de Francisco.” O que aí virá só Deus sabe.
Cabe-nos, como sempre, rezarmos pelo Santo Padre. Pelos bons frutos do seu ministério. Para que seja um exemplo de perfeição para todos. Pela sua saúde física e espiritual. Queremos muito que ele esteja em Lisboa em Agosto. A meu ver, estará. O João XXIV vai ter que esperar.