Faleceu hoje, aos 85 anos, o escritor e poeta Palma Rodrigues.
Dotado de uma sensibilidade única e visto como um dos melhores sonetistas portugueses, José António Palma Rodrigues nasceu na cidade de Faro a 20 de setembro de 1935, mas estava radicado em Alcobaça há sessenta anos, para onde veio residir com a família.
Foi redator do jornal A Voz de Alcobaça e vice-presidente do Ginásio Clube de Alcobaça.
Fez a sua carreira profissional nos tribunais, tendo sido escrivão de Direito e secretário Judicial no Tribunal de Alcobaça. Foi membro do Conselho Superior da Magistratura, eleito por funcionários de todo o país tendo-se reformado como inspetor do Conselho dos Oficiais de Justiça.
Numa entrevista a’O ALCOA em 2016, recordou essa vida nos tribunais como sendo muito cansativa, mas também muito rica, no contato humano. “Muitas vezes, me comoveram situações, onde deixei de ser funcionário para ser humano”, confessava. Momentos que ajudaram a construir o homem que era, com um grande coração e que marcaram o seu lado artístico.
Membro do grupo alcobacense “Amigos das Letras”, que batizou de (ALMA), Palma Rodrigues era também um dos mais premiados poetas portugueses, de modo próprio nos “Jogos Florais” em Portugal e nos países de língua oficial portuguesa. Dessa paixão pela poesia, dom que dizia “poder ter herdado do poeta lírico e pedagogo João De Deus”, contam-se perto de 1700 prémios, mais de cinco mil sonetos, dois livros publicados e imensas participações em coletâneas.
Humilde e sensível, Palma Rodrigues dava muito valor à amizade, amigos que o acarinharam nesta terra e que dizia darem-lhe forças para continuar a escrever.
Palma Rodrigues deixou-nos aos 85 anos, vítima da Covid-19. Para sempre guardaremos “a beleza nos seus versos”.