“A saída do jornal foi uma novidade muito grande”. Maria Joana Neves Ferro Menezes, alcobacense de 91 anos, recebe O ALCOA desde o seu número 1. “Lembro-me que O ALCOA teve início quando eu estava casada há poucos anos”, recorda Joaninha Ferro, como é conhecida por todos.
“Conhecia bem os fundadores: o Sr. Padre Vitorino e o Sr. Eng. Sousa Brito, diretor da Escola Técnica”, recorda a alcobacense, na sua voz serena, na excelente propriedade de vocabulário. Na época em que “não havia tanta informação como há agora, víamos notícias da nossa terra e isso era muito importante para nós”. Para além disso, o “jornal estava ligado à paróquia e isso, a mim, interessava-me muito”. Assim, “a saída d’O ALCOA era sempre um acontecimento”. Ainda agora recebe o jornal no nome de seu marido, Armando da Silva Menezes, falecido há dois anos e meio.
“Hoje em dia, O ALCOA já não está tão virado só para a nossa cidade e dá então muitas notícias de todo o concelho de Alcobaça”. O entusiasmo mantém-se: “sempre que chega O ALCOA, leio-o sempre; vejo muito mal, mas ponho uma lente e leio as notícias que considero principais; as notícias que se referem aos acontecimentos que nós, nessa altura em que o jornal saiu, considerávamos que eram importantes para a nossa terra”, explica Maria Joana Menezes. “Gosto muito de o ler”, assegura. E, como assinante atenta e entusiasta que é, faz chegar ao “Jornal de todos nós” interessantes sugestões e comentários.
“Em 70 anos, o jornal evoluiu imenso”, avalia a alcobacense, para quem é óbvio que “o jornal hoje não podia continuar a ser o jornal que era quando começou”.
Para o jornal que já a acompanha há 70 anos na sua vida, Maria Joana Menezes deseja “o máximo de sucesso possível, o máximo de assinantes possível – para que o jornal se possa manter porque tem despesas; que O ALCOA seja apreciado como eu o aprecio por ser um jornal da minha terra”.