É com alegria que escrevo a todos pela primeira vez no nosso O ALCOA. E que bela altura para o fazer depois de um acolhimento maravilhoso de toda a comunidade, quer de Alcobaça, quer da Vestiaria, quer, para dizer a verdade, de um pouco de toda a Vigararia. Para além de tudo isto fui presenteado com uma dinâmica fabulosa: a de receber a Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude aqui nas nossas paróquias. Já o tinha vivido em Alenquer, há um ano. Mas porque cada realidade da Igreja é única e irrepetível, aqui foi necessariamente diferente… e especial.

Para mim, a cruz é sinal de um desafio difícil que temos em mãos. Difícil, mas que somos chamados a agarrar, como Jesus o fez. Os últimos tempos têm tido o seu quê de cruz. Estamos a passar a fase pandémica que deixou marcas profundas na nossa sociedade. Temos sido bombardeados constantemente com imagens tristes de uma Ucrânia devastada pela guerra. Têm-nos também escandalizado, com toda a razão, os casos de abusos por parte de colegas meus em relação a menores. Enfim… muitas questões que nos dão que pensar e nos afligem o espírito.

Contudo, a cruz significa algo mais do que morte. É sinal de um reflorescimento. Ressurgir por meio das cinzas. Por isso, as Jornadas de Lisboa de 2023 não poderiam vir em melhor hora. Foi tocante como pároco preparar a vinda desta cruz e participar nas atividades destes dias. Vi uma vontade de estar, de rezar, de ser parte deste percurso que já conta com quase todas as comunidades do Patriarcado de Lisboa. Pude contemplar uma Igreja em saída, que não teme fazer uma Vigília de Oração na rua ou uma Via Sacra no parque, à vista de todos. De facto, a cruz também é ressurreição.

Neste tempo, em que imploramos um mundo novo, confio que este encontro dos jovens de todo o mundo será um recomeço. Com os erros do passado, aprenderemos, para que não haja hipótese de os repetir. Vamos em frente. Se Jesus venceu a morte, quem somos nós para morrer?