Municípios. Seca já atinge setor agrícola da região

Catarina Reis
Jornalista

“Regar as culturas nesta altura do ano é algo que não é costume, mas já tivemos de começar a fazê-lo”. O desabafo é de João Paulo Batista. Com pomares na Maiorga, Vimeiro e Évora de Alcobaça, olha para o céu à espera de um milagre: da chuva que o ajude a regar os 21,4 hectares de que dispõe nestas freguesias do concelho de Alcobaça, mas “a situação está muito crítica”, expressa a’O ALCOA. O produtor explica que a falta de chuva vai causar dificuldades em manter o ciclo na sua totalidade e denota preocupação pelos níveis dos rios Alcoa e da Areia “que estão muito baixos”.

Apesar de utilizar nas suas explorações uma rega eficiente, com leitura de sonda, para saber quando é necessário regar, usando sistema gota a gota e não usando o alagamento, o tipo de rega que causa grande desperdício de água, deixando correr a água pela terra fora. “A rega não é suficiente e mesmo que chova em abril e maio vai ser muito difícil recuperar”, expressa o produtor. A juntar-se à situação está o aumento dos custos de produção: “energia, combustíveis, pesticidas, adubos, levando a que o produto final também fique encarecido, com consumidores a comprarem maçã a dois euros ou mais”, finaliza João Batista.

Problema semelhante enfrenta João Santos, da Porco Saloio, empresa dedicada à criação de Porco Malhado de Alcobaça, com um total de cerca de 120 animais, na zona da Benedita, em Frei Domingos, Azambujeira e Casal da Marinha. Segundo o engenheiro zootécnico, a seca “comprometeu as pastagens semeadas no fim de 2021, que não nasceram, o que se irá refletir já em maio, junho e julho, onde não haverá nada para comer”. Iniciada em 2019, a Porco Saloio destaca-se pela criação ao ar livre, com alimentação através de pastagens e utilizando fruta, como as sobras da produção frutícola da maçã de Alcobaça. As rações sofreram aumento de preços. “Há um ano gastávamos cerca de 280 euros por tonelada e agora pagamos 300 a 400 euros”, exemplifica o criador, preocupado com a situação.

Saiba mais na edição impressa e digital de 4 de março de 2022.

Catarina Reis
Jornalista

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