São apenas três dos rostos que, diariamente, estão de olhos postos na praia da Nazaré e se dispõem a salvar vidas colocando as suas em risco. Daniel Meco tem 50 anos e é nadador-salvador há 29. É oficial de máquinas e licenciado em Engenharia de Máquinas, pela Escola Superior Náutica Infante D. Henrique, mas a sua profissão está ligada aos mares da Nazaré. Além de nadador-salvador, Daniel Meco é o presidente da Associação de Nadadores-Salvadores da Nazaré, formador e coordenador profissional de nadadores-salvadores. “O gosto pela praia e o sentimento de que aquilo que fazia era em prol dos outros” foram as razões que o levaram a assumir esta missão, que começou no verão de 1990. Ao longo dos tempos, o presidente da Associação de Nadadores-Salvadores da Nazaré sempre se tentou atualizar com cursos de formação em saúde e natação, de forma a melhorar o seu desempenho. Mas Daniel Meco conta que já pensou em desistir desta vida numa altura em que “a praia apenas tinha nadadores-salvadores no verão e isso não é compatível com uma vida normal, de quem tem família”. Contudo, sempre arranjou forma de dar a volta e manter as suas funções naquela que já é a sua praia. Desde há três anos e “graças a uma luta de vários anos, passámos a ter uma equipa de nadadores-salvadores na Nazaré durante todo o ano”, refere. Ainda que seja um trabalho de muita responsabilidade, o nadador-salvador não considera que exista um lado negro na profissão, mas não esconde que a escassa autoridade na praia, em certas situações, pode causar pressão. Para esta época balnear, “as expectativas são (sempre) zero mortos”, diz realçando que a equipa de nadadores-salvadores “vai tentar concretizar esse objetivo”, mas que depende também “do respeito que as pessoas devem ter pelos nadadores-salvadores e pelo cuidado que devem ter aquando da sua estada na praia”.

(Saiba mais na edição 2464 de 25 de julho de 2019)