Chega o mês de maio e com ele se abre um caminho novo. Somos chamados a partir do hoje das nossas vidas seguindo os rastos de luz que se fazem notar. Quanta escuridão nos envolve ainda. O que será que a poderá dissipar? No passado dia 25 de abril, tive a graça de assistir ao espetáculo “Lúmen”, da autoria do grupo S.A.Marionetas. As figuras de tamanho supra-humano, revestidas de luz, rasgavam o negro da noite. Guardei desse momento uma mensagem de esperança. A luz ainda reside no mais fundo do nosso ser e é o dom de amar sem medida que lhe dá uma visibilidade única.
O espetáculo foi ainda brindado com uma breve participação de Sónia Tavares com o tema “E Depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho. As palavras da conhecida canção, uma das mais marcantes associadas ao dia 25 de Abril de 1974, propõem-nos uma reflexão: “Quis saber quem sou, o que faço aqui…”. Quem sou eu de facto? O que me prende à vida? Sinto-me perdido neste mundo imenso? Tardo em descobrir a luz que me habita?
Caminhos iluminados são os de inúmeros peregrinos que por estes dias passam por Alcobaça rumando a Fátima. Trazem, com eles, alegrias e sucessos, angústias e dúvidas, promessas e objetivos. Realidades essas que nunca hão-de ser alheias ao coração de Deus. Nem ao de Maria.
Num mundo tão cheio de vidas sem rumo, estes homens e mulheres são um exemplo. Continuamos a ter a missão de receber todos esses, que nos inspiram com as suas velas acesas no coração.
Interpelam-nos por deixarem tudo e se lançarem simplesmente ao caminho.
Uma experiência que lhes ficará na história. Porque se deixam guiar. Já nos dizia Agostinho que o lugar privilegiado para encontrar o Mestre, Jesus Cristo, é o mais fundo do nosso coração. Significa que a luz mais pura e verdadeira habita o nosso ser. Ainda a podemos irradiar. Ainda podemos vencer a noite.