“Pai, irmão e amigo de todos” é o que tem procurado ser D. José traquina, ordenado bispo a 1 de junho de 2014. Dois anos de missão episcopal em entrevista.
Que balanço faz destes dois anos como Bispo de Lisboa?
Foram dois anos de serviço; ministério episcopal junto do povo de Deus, marcados pela alegria, junto das diversas comunidades cristãs e seus pastores. Permitiram-me crescer no zelo e no amor de Deus, numa experiência alargada de dedicação e de responsabilidade pastoral. A concretização pastoral passou pelas muitas celebrações de Crismas, encontros de grupo, retiros, recoleções, festas e atendimentos personalizados. Nesta diversidade, tive a graça de recolher bons testemunhos de padres e diáconos e dos cristãos que assumem responsabilidades nas Paróquias e Movimentos da Igreja. É de salientar as muitas reuniões com padres e diáconos, sobretudo da zona pastoral do Oeste, necessárias à coordenação pastoral e que ajudam a concretizar a comunhão eclesial a nível dos pastores.
Nem sempre com a maior perfeição, estes dois anos permitiram-me pôr em prática aquilo que é de esperar do bispo: uma presença identificada com Cristo Bom Pastor; como pai, irmão e amigo de todos.
Na sua ação pastoral no Oeste, que importância têm as suas raízes em Évora de Alcobaça?
Faço parte da grande maioria das pessoas que gosta da sua terra. Por isso, o facto de ter nascido em Évora de Alcobaça significa à partida gostar da zona Oeste. O Oeste é uma zona lindíssima, com montes e vales, montanha e mar, vinhedos e pomares, cidades, vilas e aldeias. Tem igrejas maravilhosas, conventos, mosteiros e santuários, e muita história para contar. E tem sobretudo comunidades com pessoas cheias de bondade e gosto por colaborar no bem comum, na beleza e na paz das suas terras. Também acompanho com o cuidado de conhecer as dificuldades e as preocupações das comunidades e das famílias. A zona Oeste tem sido considerada um “pulmão espiritual” para a Diocese de Lisboa, mas essa imagem pode apagar-se se não tivermos famílias e comunidades verdadeiramente cristãs, com cristãos empenhados em ser uma presença interessada no bem comum deste mundo em que vivemos. Portanto, sou Bispo auxiliar de Lisboa, acompanhando a zona pastoral do Oeste com especial enquadramento, gosto e alegria. Por razão desta responsabilidade, o Oeste faz parte da minha oração.
Quais os principais desafios da Igreja? O caminho passará por formas inovadoras de evangelização?
Não vivo preocupado com a redução de fiéis como se a Igreja fosse um clube que ganha ou perde os seus adeptos. A questão é outra. Trata-se de saber se a vida faz algum sentido, onde se fundamenta e assegura a dignidade de cada pessoa, seja qual for a idade ou saúde, como definir o caminho da realização da pessoa, qual é a força que anima o nosso interesse pelos outros e pelo bem comum da sociedade.
(Leia a entrevista na íntegra na edição em papel e digital de 9 de junho de 2016)