Ytzak Rabin, homem de esquerda moderada e pacifista, disse um dia, já lá vão mais de trinta ano, sobre o conflito israelo-palestiniano: ”Nós, os israelitas, e os palestinianos estamos condenados a viver na mesma terra, por isso temos de acabar com as guerras e viver em paz”. Declarações que tiveram como resposta um atentado que o vitimou, por parte justamente dos seus compatriotas extremistas. Rabin quis pôr termo ao conflito – não o deixaram, mataram-no. Há dias, o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, também homem de esquerda moderada e pacifista, fez uma série de declarações (que não vou aqui reproduzir) sobre esta guerra que opõe o Hamas a Israel. As declarações de Guterres, oportunas e sensatas, poderiam certamente ser subscritas por qualquer pessoa bem intencionada, bem informada e honesta. Como resposta, o governo de Benjamin Netanyahu, homem de extrema direita e nada pacifista, cai sobre o Secretário Geral das Nações Unidas com a acusação de parcialidade, de defender os palestinianos quando, ao invés, Guterres condenou com veemência os terroristas do Hamas e apenas defendeu o povo que é vítima da catástrofe a que vamos assistindo. Tudo isto confirma aquilo que já sabíamos, isto é, os muçulmanos são peritos em terrorismo, atuam com violência em todo o mundo, mas há gente, entre eles, que naturalmente gostaria de viver em paz. Admitimos que é isto que acontece com o povo palestino; no entanto, este povo tem, no seu seio, uma organização terrorista, o Hamas, (que infelizmente até apoia, com frequência) e conta, do outro lado, com um grupo de extremistas de direita, sob o comando de Netanyahu. Como é sabido, nesta região do globo é Israel o único país que vive em democracia, daí também o apoio que recebe do Ocidente, mas essa circunstância não justifica os atropelos de natureza humanitária que muitas vezes comete. Com este cenário, vamos ter guerra por muito tempo.