Procuram-se santos

P. Tiago Roque
Pároco de Alcobaça e Vestiaria

A nossa humanidade tem acompanhado a dor do Médio Oriente em guerra. Partilhamos o seu sofrimento, tal como o de várias outras nações. Conflitos que vão perdurando, sem que haja solução à vista. O Santo Padre, embora bastante envolvido na Assembleia Sinodal, não tem deixado de se pronunciar. Tem-nos dito que a guerra é sempre uma derrota. Não há como continuar por este caminho. Foi neste clima de destruição e discórdia que celebrámos, este ano, a Solenidade de Todos os Santos.
A Igreja alegra-se com o testemunho de muitos homens e mulheres que foram exemplo de uma vida a cem por cento. Na sua época foram concretização dos ensinamentos de Jesus Cristo. Marcaram o mundo com o amor d’Aquele que amaram acima de tudo. Foram reconhecidos pela santidade da sua vida e a Igreja avançou com a sua canonização. Celebrámo-los a todos sem exceção neste mesmo dia. Mas, para além deles, muitos outros e outras fazem parte deste conjunto dos santos em Cristo. Contudo, pela simplicidade, pequenez e pouca visibilidade do seu testemunho, nunca chegaram a ser reconhecidos oficialmente como tal. Gente que habitou a nossa terra, porventura a nossa rua, e que hoje habita o Céu e intercede por nós junto de Deus. Em tempos conturbados como os atuais, precisamos do testemunho de pessoas assim. Que imitando Cristo são o mais verdadeiro sinal de paz e de unidade. Um exemplo disto é uma menina portuguesa, do século XX, cuja história iremos visitar na próxima excursão d’O ALCOA. Maria da Conceição. A Sãozinha de Abrigada. Uma jovem que viveu na normalidade do quotidiano da sua localidade. Divertia-se nas conversas e brincadeiras com os amigos. Andava de bicicleta pelas ruas. Todavia, deu a vida até ao fim. Quando a doença caiu sobre ela dispôs-se a oferecer os sofrimentos pelo seu pai. Para que conhecesse Jesus. Poderá vir a ser declarada como uma das santas do nosso tempo. Sem grandes milagres ou feitos extraordinários. Mas foi amor e paz. Precisamos de gente assim.
Em clima de guerra, com tantas vidas destroçadas, comecemos por agradecer cada pessoa. E, empenhando-nos por sermos à maneira de Jesus, marquemos a diferença. Sejamos santos.

P. Tiago Roque
Pároco de Alcobaça e Vestiaria

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