Diz-nos a economia que a sua missão se realiza na produção de conhecimento sobre a utilização de recursos escassos, a fim de satisfazer uma multiplicidade de necessidades humanas. Estamos perante um dos mandamentos da teoria económica, na qual as decisões são descritas no pressuposto da maximização da utilidade. No entanto, esta é uma limitação identificada por psicólogos da economia e economistas comportamentais que se recusam a aceitar que o indivíduo sabe o preço de um bem e só depois o seu real valor. Talvez por isso, desde os anos 80 do passado século, tem-se assistido à partilha de saberes da Psicologia e da Economia, indo ao encontro das expectativas de psicólogos e economistas comportamentais.
Atualmente, e perseguindo o potencial de consumo associado a cada indivíduo, o «marketing» encetou um interesse superior nas neurociências, surgindo desta relação resultados que mostram as respostas do cérebro a estímulos exteriores. No entanto, a Psicologia desenvolveu uma certa imanência para a compreensão de como as pessoas desenvolvem, armazenam, recuperam e utilizam as informações, não apenas as relacionadas com as opções de consumo, mas igualmente na comunicação persuasiva, tendo nesta última a Psicologia Social uma importância significativa.
No momento em que vivemos, temos assistido, em doses exageradas, à emancipação do indivíduo, à afirmação dos desejos singulares e à estima de si. Deste modo, assistimos a uma ditadura do consumo, ao declínio de algumas normas e à consagração do prazer. Como não podia deixar de ser, este ato constituí um puro episódio de publicidade enganosa, que infelizmente já se alongou por tempo demais.
Neste domínio, a Psicologia Económica, tem desenvolvido um caminho paralelo à Psicologia Social, Organizacional ou Política e possibilita-nos um maior esclarecimento e equilíbrio nas escolhas socioeconómicas, criando a autonomia de cidadãos verdadeiramente participantes e esclarecidos, construindo um futuro autónomo, a percorrer em caminhos de bem-estar mental e social.