“Nos últimos dois anos, foi despendido em prestação de serviços médicos, nos concelhos de Alcobaça e Nazaré 11.400 euros”, avançou a’O ALCOA Agostinho Esteves, assessor de comunicação da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Porém, a falta de clínicos nos centros de saúde destas regiões não é nova e mantém-se: “em Alcobaça faltam seis médicos e na Nazaré um”, informa o assessor.
O concurso aberto até final do ano, para contratação de novos médicos, e o concurso de mobilidades poderão vir a “obviar a situação”. Outra das medidas tem sido recorrer a profissionais de empresas de prestação de serviços. O que acontece recorrentemente também no Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, em Alcobaça, no Centro Hospitalar de Leiria e no Centro Hospitalar do Oeste, nas Caldas da Rainha, que contratam tarefeiros para garantir o seu funcionamento. Os médicos tarefeiros podem receber até 90 euros por hora, dependendo da carência e da especialidade, contrastando com os 20 euros pagos, pelo Serviço Nacional de Saúde às horas extraordinárias aos profissionais, funcionários públicos, ditos do quadro dos hospitais.
Hermínio Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, não entende “que o recurso a tarefeiros no Hospital de Alcobaça seja o sistema mais correto” e afirma que este é um tema recorrente “nas reuniões com a administração do Centro Hospitalar de Leiria”. Sobre a existência de tantos munícipes sem médico de família, o autarca assume-se como “um defensor do modelo das unidades de saúde familiares”, justificando que este modelo “permite que todos os inscritos tenham acesso a médico de família”. Modelo que, considera, tem dado nos últimos anos “uma resposta importante nesse sentido”, deixando-o convencido de que esta situação “será maioritariamente colmatada com criação de mais uma USF [unidade de saúde familiar] no concelho de Alcobaça”.
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